terça-feira, 30 de dezembro de 2014

OS MANDATOS CRIACIONAIS:

OS MANDATOS CRIACIONAIS:
Rev. João Ricardo Ferreira de França.*
Introdução:
            O registro da revelação apresenta-se com três mandatos específicos Cultural, Social e Espiritual. Estes mandatos são os condutores da aliança de Deus com seu povo. Estes fios condutores da aliança configura a vida humana em sua totalidade. Dentro desta concepção insere-se a ideia da tríplice estruturada bíblica de uma cosmovisão que envolve: a criação, queda e redenção.
A tríplice estrutura e os mandatos criacionais são discutidos e apresentados pela Teologia Bíblica.  A definição desta ciência é a seguinte: “Teologia bíblica é aquele ramo da teologia exegética que lida como o processo da auto revelação de Deus registrada na Bíblia”.[1]  
Podemos assegurar que a cosmovisão [baseada na tríplice estrutura: criação, queda e redenção] é permeada pelos mandatos da criação como fios condutores do pacto de Deus com o homem. Diante disso passaremos a estudar as três ordenanças criacionais:
I – MANDATO CULTURAL.
            O que significa este mandato? Este mandato “acentua especificamente a relação da humanidade com o cosmos” [2]. A criação é o teatro da glória de Deus e o palco de nossa atuação.
Onde se fundamenta este mandato? A resposta encontra-se no texto de Gênesis 1.28: “E Deus os abençoou e lhe disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.”
            A primeira frase deste texto “sede fecundos, multiplicai-vos” – “significa desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas, escolas, cidades, governos, leis. A segunda frase - enchei a terra e sujeitai-a – significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar computadores, compor músicas.” E se faz necessário insistir que a passagem em foco é “chamada de o mandato cultural, porque nos fala que nosso propósito original era criar culturas, construir civilizações – nada mais”[3]
            O mandato cultural implica na redenção de culturas inteiras. O vocábulo dominar, empregado aqui nesta passagem, indica a ideia de “capacidade real e supervisão”. A palavra hebraica empregada “ וְיִרְדּוּ ”(veiredu) que vem da raiz “hdr” (radar) que tem o sentido de “governar, dominar” e até “subjulgar”[4]. Sabemos que em “Gênesis 1.26, 28, o verbo ocorre com um sentido positivo quando se declara que a humanidade, criada à imagem de Deus, deve subjugar a terra e reinar sobre (rdh) todos os animais. À espécie humana é dada a responsabilidade sobre a criação de Deus, como fica evidente pelo fato de que esse comando é parte da bênção de Deus (1.28)”[5].
            Devemos ressaltar que o uso do verbo dominar aqui não consistia em uma “licença para a humanidade abusar das ordens da criação”, mas pelo contrário ele deveria “ser apenas um vice-regente de Deus, e a ele, tinha de prestar contas”.[6] O aspecto da “Imago Dei” é a força propulsora para o conceito do mandato cultural na esfera do domínio neste mundo.
            Ao estudarmos sobre este mandato aprendemos que o homem é chamado para santificar e colocar cada esfera de sua vida, sua educação, seus recursos nas mãos de Cristo; e, feito isso, saber administrar cada área já mencionada para a glória de Deus neste mundo. Nancy Pearcey nos alerta: “A lição do mandato cultural é que nosso senso de cumprimento depende de nos dedicarmos ao trabalho criativo e construtivo”.[7] A isso nós chamamos de redenção cósmica. Deus nos deu este mandato para exercermos o domínio nas mais diversas áreas do saber; e para o resgate das culturas para a glória dele somente.

II – O MANDATO SOCIAL
            O segundo mandato a ser considerado é chamado de Mandato Social. Van Groningen vai dizer que este mandato pactual “fala das relações sociais’[8]. Este mandato está fundamentado em Gênesis 2.21-24:
Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
Temos a estrutura familiar estabelecida. A família é ordenada em termos de um desapegar-se  e unir-se a outrem. Embora, já tenhamos considerado que um dos aspectos do mandato cultural é a criação familiar. Isto se torna evidente por causa da ordem divina de haver uma “fecundação e multiplicação” em Gênesis 1.26-28; todavia, esta ordem da formulação familiar está pertinentemente estabelecida aqui neste trecho de Gênesis 2.21-24.
A criação da mulher tem como objetivo evitar a solidão de Adão. O princípio extraído aqui é que o homem não é uma ilha, isolada, sozinha sem relação com outros. O companheirismo é algo que Deus prima em sua criação – o casamento não deve ser uma prisão para os solteiros, mas a liberdade da amizade e cumplicidade matrimonial.
Longman III tem uma palavra muito significativa sobre esta realidade e declara que o “casamento envolve um homem e uma mulher deixarem os pais e constituírem uma nova unidade familiar”.[9] Van Groningen novamente nos diz que este “mandato pôde ser dado porque Deus criou a humanidade à sua imagem e semelhança e como macho e fêmea. O relacionamento tinha que ser visto como um de igualdade diante de Deus”.[10]Aqui aprendemos que a organização familiar exige uma relação heterossexual. Adão se une a sua mulher. E não a outro homem, nem mesmo uma mulher se une a outra. Mas o que está escrito é que “macho e fêmea” formam uma unidade neste mandato.
Em Gênesis 1.28 temos a extensão deste mandato de forma interessante. A finalidade na geração de filhos e filhas para cumprir este mandato pactual era de capital importância. “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra”. O verbo fecundar que aparece no texto no hebraico é “פְּר֥וּ” – peru – tem o sentido de “frutificar”. O mandato social estabelece uma necessidade que o homem tem constituir familias e sociedades para cumprir a ordem original de Deus dada à raça humana. O homem deveria continuar sua posição de dominio social com a perpetuação de sua prole.
III – O MANDATO ESPIRITUAL.
            O terceiro aspecto a ser considerado é o Mandato Espiritual. Envolvia comunhão e obediência a Deus. Esta comunhão estava marcada pelo dia de adoração ao soberano de todas as coisas. Conforme vemos em Gênesis 2.1-4:
Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou.
            O conceito embrionário de um dia descanso esta alicerçado nesta passagem que evoca a comunhão primeva que o casal Adão e Eva desfrutavam com Deus. O shabbath de Deus entra em ação na narrativa bíblica “וַיִּשְׁבֹּת֙ ” ao trazer o sábado à existência Deus estava condescendo ao homem para que este pudesse desfrutar de uma comunhão intima e pessoal com Deus.
            Devemos lembrar que a guarda do sábado estava ligada aos dois mandatos pactuais anteriores:
A convicção que a guarda do sábado é uma obrigação perpétua se baseia em parte na instituição do sábado em Gênesis 2.1-3. Juntamente com o trabalho (Gn. 1.24; 2.15) e o casamento (Gn. 2.18-25), Deus instituiu o sábado para governar a vida de toda a humanidade. Assim como são permanentes as ordenanças do trabalho e do casamento, assim é a ordenança do sábado”.[11]
            No mandato espiritual ou de comunhão o homem é criado para que possa deleitar-se no dia que Deus separou para ele. Esta comunhão com Deus se dava no ambiente litúrgico.
            Ainda neste mandato estava envolvida a ideia de obediência perene a Deus conforme vemos em Gênesis 2.16-17:
E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
            Aqui temos o homem sendo chamado a pactuar com Deus. Este pacto tem sido considerado como pacto das obras, e parece-nos, que alguns sugerem que Adão deveria obedecer este pacto para obter vida eterna. Todavia, alguns preferem chama-lo de pacto de vida; e por quê? A resposta é simples aqui Deus não lhe promete a vida, mas lhe assegura da morte certa caso o desobedeça.
            A vida marcada pela comunhão com Deus e por uma espiritualidade autêntica. Adão deveria preservar essa comunhão que implicava em vida; todavia, este homem deliberadamente decide violar o pacto, violar a comunhão e em resposta a esta rebeldia ele recebe a morte.[12]
            Este mandato pactual implica numa vida de obediência e adoração a Deus de forma inegociável. O homem foi criado para glorificar a Deus e se deleitar nele, e isto é feito mediante a obediência irrestrita a Palavra de Deus bem como em celebração litúrgica a Deus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
            Na Teologia Reformada este tema dos Mandatos Criacionais é amplamente desenvolvido, todavia, é pouco aplicado e lecionado à igreja de Cristo. Podemos, ver nesta breve introdução o quão é importante para a vida e maturidade da igreja. Vimos neste estudo que a ordem para governar a terra tem sido negligenciada pela igreja de nossos dias; bem como a preservação das relações sociais hoje é ameaçado pela criação de leis contrárias a Palavra de Deus.
            No espectro espiritual podemos tirar como implicação o fato da fraqueza e letargia da igreja deve-se ao fato da negligência profunda de uma comunhão autêntica com Deus no dia do Senhor (domingo ou sábado cristão); pois, a igreja de hoje está caminhando para o secularismo, individualismo e pragmatismo – o divino não ocupa, mas a centralidade na vida das pessoas; a comunhão virou apenas temas de sermões para o final de ano, pois, cada qual vive no seu mundo sem viver a comunhão dos santos e a igreja tem empregado esforços para que haja resultados imediatos – negligenciando o crescimento saudável da igreja por meio do culto corporativo no dia do Senhor.
            Devemos reconhecer que fomos e somos criados para a obediência irrestrita a Deus e nos deleitarmos nele; devemos cumprir os nossos papéis originais intencionados por Des para a nossa vida. Deus nos criou para que tivéssemos o domínio sobre este mundo como vice-regentes, reconhecendo que cada espaço na criação é reclamado por Cristo como sendo de sua exclusiva propriedade.
            Neste processo devemos trazer à mente e ao coração que as nossas famílias são também projetos de Deus para nós, constituir famílias está atrelado à intenção original de Deus para a humanidade. A sociedade necessita de famílias equilibras e tementes a Deus o casamento e a procriação de uma descendência santa são alicerces fundamentais para a construção de uma sociedade justa.
            Por fim, devemos trazer ao coração que aquilo que confere sentido à existência é eterno e imperecível, por isso, devemos reservar um tempo para a contemplação e adoração ao Deus eterno que tudo criou. O encontro com Yahweh no seu dia é de capital importância para nós, pois, é no culto onde a nossa alma é alimentada e alentada pela Palavra imperecível de Deus. O culto familiar, o culto individual e o público são oportunidades únicas de um deleitoso prazer em Deus.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1.      GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação – O Reino, a Aliança e o Mediador. Tradução: Denise Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, volume 1.
2.      ____________________. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. Tradução: Cláudio Wagner. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
3.      KAISER JR., Walter C. O Plano da Promessa de Deus – Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Gordon Chown, A.G. Mendes. São Paulo: Vida Nova, 2011.
4.      KILPP, Nelson. Dicionário Hebraico-Portugês e Aramaico-Português. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Editora Vozes, 1987.
5.      LONGMAN III, Tremper. Como Ler Gênesis. Márcio Lourenço. São Paulo: Vida Nova, 2009.
6.      PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta – Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. Tradução: Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
7.      PIPA, Joseph. O Dia do Senhor. Tradução: Hope Gordon Silva. São Paulo: Os puritanos, 2000.
8.      VANGEMEREN,Willem A.(org.) Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento. Tradutor: Afonso Teixeira Filho e outros. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.1052.
9.      VOS, Geerhardus. Teologia Bíblica – Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Alberto Almeida de Paula. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.



* O autor é Ministro da Palavra pela Igreja presbiteriana do Brasil. Atualmente é pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Piripiri – PI. Formou-se em Teologia Reformada no Seminário Presbiteriano do Norte (SPN) em Recife- PE. Foi professor de línguas bíblicas (Grego e Hebraico) no Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil (SPFB) Recife – PE. É casado com Géssica Araújo Soares Nascimento de França e é pai de Lucas Luis Nascimento de França.
[1] VOS, Geerhardus. Teologia Bíblica – Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Alberto Almeida de Paula. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p.16.
[2] GRONINGEN, Gerard van. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. Tradução: Cláudio Wagner. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p.100.
[3] PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta – Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. Tradução: Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p.51.
[4] KILPP, Nelson. Dicionário Hebraico-Portugês e Aramaico-Português. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Editora Vozes, 1987, p.223.
[5] VANGEMEREN,Willem A.(org.) Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento. Tradutor: Afonso Teixeira Filho e outros. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.1052.
[6] KAISER JR., Walter C. O Plano da Promessa de Deus – Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Gordon Chown, A.G. Mendes. São Paulo: Vida Nova, 2011, p.39.
[7] PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta – Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. Tradução: Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p.53
[8] GRONINGEN, Gerard van. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. Tradução: Cláudio Wagner. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p.100.
[9] LONGMAN III, Tremper. Como Ler Gênesis. Márcio Lourenço. São Paulo: Vida Nova, 2009, p.132.
[10] GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação – O Reino, a Aliança e o Mediador. Tradução: Denise Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, volume 1, p.91.
[11] PIPA, Joseph. O Dia do Senhor. Tradução: Hope Gordon Silva. São Paulo: Os puritanos, 2000, p. 29.
[12] Cf. GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação – O Reino, a Aliança e o Mediador. Tradução: Denise Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, volume 1, p.92.

sábado, 6 de dezembro de 2014

FORMANDO A IDENTIDADE PRESBITERIANA.

Curso de Identidade Presbiteriana.
Estudo 01
FORMANDO A IDENTIDADE PRESBITERIANA.
Professor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução:
            Tratar do tema de identidade presbiteriana tem sido um grande desafio durante os meus anos frente à liderança de igrejas presbiterianas, pois, geralmente quando organizo uma série de estudos sobre este tópico fico surpreso quando muitos membros não sabem nada sobre sua identidade espiritual.
            Quando se pensa em uma identidade logo se busca os traços distintivos de uma pessoa – tal como a cor do cabelo, a cor da pele, a cor dos olhos, o tamanho e o peso. E incluem-se dentro dessas categorias de identidade tudo aquilo que gostamos ou não gostamos de fazer, tudo isso define quem somos, resume e compreende a nossa identidade. E o que é mais importante nisso tudo consiste em nossas convicções, o que cremos e confessamos formam a nossa identidade também.
            No tempo pós-moderno a identidade foi diluída pela negação conceitual da verdade absoluta. Nada mais define quem é você  ou o que você faz, pois, a verdade não existe em nossa atual cultura. Ou seja, as identidades hoje são forjadas (LUCAS, 2012, p.17) não há noção de herança, herdade e coisa do gênero.
            Ao introduzir este estudo falando sobre identidade temos como objetivo elucidar que as mesmas características aplicadas à identidade pessoal aplica-se de igual modo à identidade denominacional. Ou seja, por que somos presbiterianos?
I – CONVICÇÕES PRESBITERIANAS.
            Para saber sobre a nossa identidade presbiteriana devemos primeiro, resumidamente compreender as convicções e crenças presbiteriana, claro que de modo bem geral. Os presbiterianos enfatizam cinco ideias fundamentais que são suas convicções:

1.1 – Cremos na soberania de Deus.
            Esta convicção significa que Deus é rei de todas as coisas. Ele governa cada átomo deste universo. Este é um ensino claro nas Escrituras (1 Crônicas 29:1; Isaias 55:8-9; Romanos 11:33; Romanos 11:36; 1 Crônicas 29:10-11).
1.2 – Cremos na prioridade da Graça de Deus.
“A maravilhosa graça de Deus vem de encontro a nosso mais profunda necessidade: somos pecadores carentes de misericórdia. Não merecemos a misericóridia de Deus, mas Deus a demonstra de maneira mais suprema na morte e ressurreição de Jesus em favor de pecadores como nós”(LUCAS, 2012, p.19) – ou seja, a graça de Deus é o fundamento para a nossa vida (Efésios 2.4-8).
1.3 – Cremos na Teologia do Pacto
            Ao assumir esta crença aceitamos o fato de que pelas Escrituras Deus vem contando a grande história da obra da redenção, começando no Éden (Gênesis 3.15) até o apocalipse (Apocalipse 22.14-21). A teologia da aliança é formantada em duas grandes nomemclaturas: O pacto da obras (obediência) feito com adão e sua posteridade no Jardim do Éden (Gênesis 2.15-17) e o Pacto da Graça feito com o senhor Jesus Cristo e os seus eleitos – o pacto é permeado pela perspectiva da promessa redentiva.
1.4 – Entendemos a natureza da Igreja um pouco distinta das demais denoninações.
            Na concepção bíblica a Igreja tem dois aspectos importantes ela é visivel e invísivel, entretanto, quando usamos a  “designação de visível e invisível não estamos nos referindo a duas igrejas distintas. Cristo fundou uma só Igreja;”(RYLE, 2013, p.1) A Escritura nos apresenta os aspectos distintivos da igreja: Igreja Invisível  (1 Coríntios 12.12-13); Igreja Visível (Atos 2.47). Dentro desta concepção entedemos que a Igreja é governada por uma pluralidade de presbíteros (Atos 14.26; 20.17,28) e que a esta igreja são afiliadas a elas os crentes adultos bem como os seus filhos.
1.5 – Entendemos os sacramentos de modo distinto dos demais evangélicos.
            A tradição presbiteriana entende que ao tratar de batismo isso envolve as famílias, Deus não quer apenas o individuo ele quer a família  completa, conforme aprendemos em Gênesis 17.9-14 – a circuncisão é o modelo deste relacionamento sacramental de Deus com as famílias, ou seja, este é o sinal pactual para Abraão e seus filhos. No livro de Atos, portanto, no Novo Testamento, este sinal é substituído pelo batismo e as famílias são inseridas na igreja mediante o batismo (Atos 16.13-15;31-33)
II – PRÁTICAS DOS PRESBITERIANOS
            As nossas convicções são nossas cosmovisões. Pois, “cosmovisão é um conjunto de crenças sobre as questões mais importantes da vida.” (NASH, 2012, p.25), todavia, as convicções presbiterianos inevitávelmente devem nos conduzir para as práticas presbiterianas. “Quando nos referimos a práticas, estamos falando de ações receptivas  mediante as quais nossas convicções quanto a Deus e a seus propósitos para nós são reforçadas” (LUCAS, 2012, p.21)
            A riqueza doutrinária, conforme vimos resumida acima, do presbiterianismo empolga o nosso coração, isso é tão verdade que alguém disse: “Quem conhece o presbiterianismo, não sai dele” e como colocou outro pastor presbiteriano “Quem conhece o presbiterianismo fica, queira o não, empolgado”. (NASCIMENTO; MATOS, 2007, p.8)
            Deve-se lembrar que a ortodoxia deve nos levar paras a ortopraxia (doutrina correta nos leva à práticas corretas) vejamos as práticas presbeiterians decorrentes de suas convicções:
2.1 – Práticas da piedade presbiteriana
            Estas estãos sempre voltadas para um caminhar com Deus. Estão geralmente associadas ao culto comunitário; que consiste do fruto de como experimentamos a unão e comunhão com Deus pelo Espírito que é mediante a pregação palavra; esta pregação molda a nossa espiritualidade, confronta o nosso egoísmo e nossos pecados; bem como essa piedade é formentada pelos sacramentos e pela oração.
2.2 – Práticas Litúrgicas presbiterianas
            Os presbiterianos possuem uma prática de liturgia singular. Cremos no chamado Principio Regulador do Culto  - ou seja, cada prática no culto deve ter autorização das Escrituras, e isto por meio de um mandamento expresso, um exemplo histórico ou inferência lógica. Deste princípio nasce o que chamamos de elementos do culto presbiteriano que são:
a) Leitura e Pregação da Palavra
b) Os Sacramentos – Batismo e eucaristia
c) O Cântico de Salmos
d) Oração
e) contribuição
            O culto presbiteriano é marcado pela “Ordem e decência” (1ª Coríntios 14.40) isso tudo nos fala dos nossos negócios com Deus.
2.3 – Práticas Presbiterianas quanto a Eclesiologia.
            Como já vimos que o governo da Igreja Presbiteriana é por meio da pluralidade de presbíteros; os presbiterianos tem um Manual de Ordem eclesiástica que nos diz desde coisas como a natureza da Igreja até a escolha de seus oficiais, como deve ser feita e tudo o que é necessário para vida eclesiástica. Existem dois ofícios dentro da igreja que são
a) Presbíteros e b) Diáconos.                                                                      
            Dentro do Oficío de Presbíteros existem duas classes que são:
a) Presbíteros Docentes: que são os pastores da Igreja o que se afadigam na palavra e no ensino; b) Os Presbíteros Regentes: que auxiliam ao presbítero docente no governo da Igreja. (1ª Timóteo 5.17)
Conclusão:

            A riqueza do sistema presbiteriano é incalculável, por isso, devemos resgatar urgentemente a nossa identidade presbiteriana; pois, ela moldura para nós as práticas piedosas do carater cristão.    

sábado, 22 de novembro de 2014

O SOLA SCRIPTURA NA REFORMA PROTESTANTE.

O  SOLA SCRIPTURA NA REFORMA PROTESTANTE.
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
            Antes de fazermos uma análise bíblico-teológica da doutrina do Sola Scriptura se faz necessário analisá-la historicamente dentro da tradição protestante. Pois, todos nós sabemos que “Sola scriptura é um dos princípios fundamentais da reforma Protestante”[1]. É claro que este princípio estivera, de forma embrionária, nos pré-reformadores, de modo particular em John Wycliffe e John Huss, este último apelava sempre para as Escrituras e chegou a dizer aos seus oponentes: “Mostrem-me com base nas Escrituras, e eu me arrependerei e voltearei atrás.”[2] Então, a doutrina da suficiência da Palavra de Deus foi bem mais desenvolvida pelos reformadores. E dentro destas perspectivas procuraremos apresentar uma breve resenha histórica de como isso se projetou na monumental doutrina que conhecemos.
            I – O QUE É O SOLA SCRIPTURA?
         A resposta mais simples e clara que podemos oferecer a esta pergunta é que o “Sola Scriptura ensina que a Bíblia regula a vida em sua totalidade”[3] O Dr. Paulo Anglada nos diz que com a “redescoberta da doutrina da suficiência das Escrituras, os reformadores libertaram o povo de Deus das doutrinas e práticas impostas às consciências  por autoridade meramente humana”[4].
            Ou seja, o conceito que a doutrina encerra é a de que somente as escrituras podem ser senhora da consciência dos homens! Todavia, uma definição ampla e clara do que a doutrina significa é apresentada por Brain M. Schwertley quando diz:
Dito resumidamente, a doutrina protestante do sola scriptura ensina  que a Bíblia (os 66 livros do Velho e do Novo Testamento) é a divina  Palavra inspirada de Deus, e, portanto, infalível e absolutamente autoritativa para todos os assuntos referentes à fé e à vida. Como palavra escrita de Deus contém tudo o que existe da revelação sobrenatural de Deus, e porque cessaram todas as formas de revelação direta (com a morte dos apóstolos e o fechamento do cânon), apenas e somente a Bíblia é a autoridade da igreja. Porquanto a Escritura é clara (i.e., todo ensino necessário à salvação, fé e vida, são facilmente compreendidos pelas pessoas  comuns) não há necessidade de quaisquer fontes adicionais de autoridade para interpretar a Bíblia infalivelmente para a igreja. A igreja (sejam ou não papas, cardeais, bispos, pais da igreja, concílios eclesiásticos, sínodos ou congregações) não tem autoridade sobre a Bíblia, mas a Escritura autoautenticada tem autoridade absoluta sobre a igreja e sobre  todos os homens. Por ser o que a Bíblia é (como já visto), o mister da  igreja é puramente ministerial e proclamador. Todos os homens são  proibidos de acrescentar ou subtrair algo das Sagradas Escrituras, seja  pelas tradições humanas, ou pelas assim chamadas novas revelações do  Espírito, ou pelos decretos de concílios e sínodos. A Bíblia é suficiente e perfeita e não necessita de quaisquer acréscimos humanos. Além do que,  apenas aquilo que é ensinado na Escritura pode ser usado para tornar  cativas as consciências dos homens. [5]

II  –  O SOLA SCRIPTURA REDESCORBERTO: MARTINHO LUTERO - “MINHA MENTE ESTÁ CATIVA À PALAVRA DE DEUS”.
            Martinho Lutero “nasceu no dia 10 de novembro de 1483 na pequena cidade de Eislebn. Seu pai, de origem camponesa livre, emigrou de muito longe para essa cidade” também somos informados que o seu pai era minerador “e que chegou a ficar consideravelmente rico”.[6]  Lutero fora destinado ao direito, este era o plano de seu pai, mas “voltou-se para o mosteiro, no qual, após muitas lutas, desenvolveu uma nova compreensão de Deus, da fé e da igreja”[7].
            Lutero eclodiu a Reforma Protestante quando afixou as suas teses na igreja de Wittemberg; a sua série de estudos teológicos na Carta de Paulo aos romanos o levou para a doutrina do Sola Fide – somente a fé.  Juntamente com seus ataques as indulgências o levaram para Leipzig em Julho de 1519[8].
            No debate que tive lugar em Lipizig Matinho Lutero teve como seu opositor o grande historiador da Igreja Romana John Eck. Este último insistira que Lutero estava defendo as ideias de um herege para a Igreja que era o John Huss. Matinho Lutero retrucava de dizia que não! Depois, de um breve intervalo, Lutero foi estudar as ideias de Huss e ficou surpreso, pois, o que ele estava ensinando era exatamente o que Huss havia também ensinado e a igreja no Concílio de Constança havia condenado tal ensino. [9]
            Lutero chegou a declarar que as Escrituras eram “normas, normans (norma determinadora)”[10] e por isso, ele declarou que a “sua consciência estava cativa à Palavra de Deus”, isso na Dieta de Worms, quando questionado se iria renunciar seus escritos e tratados, então ele prosseguiu dizendo:
Amenos  que ele fosse convencido pela Escritura e pela razão clara, que ele não aceitava a autoridade dos papas e concílios, visto que eles se contradiziam uns aos outros, ele não abjuraria nada. Fazer isso não seria correto e nem seguro. E ele acrescentou: ‘Que Deus me ajude. Amém!’. Em outra versão dessas palavras finais, que pode ser acurada, nós ouvimos dizer: ‘Aqui permanece. Eu não posso fazer diretamente’. Ele falava em alemão e, quando questionado, repetia sua afirmação latim.[11]
            Com essa declaração Lutero surge o conceito da reforma protestante conhecido como o Sola Scriptura. Deve-se ressaltar que a doutrina do somente as Escrituras conforme ensinada por Lutero consistia na “ideia segundo a qual as Escrituras são a única autoridade para o pecador procurar a salvação[...]”[12], em outras palavras, a doutrina da suficiência das Escrituras não afetara a sua concepção eclesiástica e nem litúrgica; todavia, percebe-se que foi graças a esta concepção que a Escritura tornara-se a pedra de toque para a avaliação de toda a doutrina.
III  – JOÃO CALVINO E O SOLA SCRIPTURA.
Existe um personagem na Reforma Protestante que tem instigado a muitos debates entre os eruditos em história, filosofia, educação e homilética – João Calvino certamente é o homem que é querido por uns e odiado por outros. Um escritor captou bem esta concepção quando escreveu:
Poucas pessoas na história do cristianismo têm sido tão supremamente estimadas ou tão mesquinhamente desprezadas quanto João Calvino. A maioria dos cristãos, dentre os qual  grande parte dos protestantes, conhece apenas dois aspectos a respeito  dele: acreditava na predestinação e ordenou que Serveto fosse queimado vivo. Desses dois fatos, ambos verdadeiros, emerge a caricatura usual de Calvino como o grande inquisidor do protestantismo, o tirano cruel de Genebra, uma figura rabugenta, rancorosa e completamente desumana. [13]
João Calvino nasceu em Noyon, na Província da Picardia, na França, na fronteira dos Países Baixos, em 1509. Seu pai, Gerard Cauvin, era advogado que trabalhou para o cônego desta cidade, e sua mãe, Jeanne de La Franc, era uma mulher muito piedosa. Batizado na tradição católica teve como padrinho Jean Vatine, cônego da Catedral em Noyon. Foi enviado para estudar Teologia em Paris, onde estudou latim e humanidades no Collège de la Marche e teologia no Collège de Montaigu,[14]. Ele era conhecido como “O professor de Sagradas Letras”[15]. Um mestre singular, um grande pregador. Era um homem dedicado aos estudos, e muitos no seu tempo “o tinham já em admiração, pela erudição e zelo que nele se percebiam”[16]
A conversão de Calvino se deu em 1533, provavelmente sob a influência do seu primo Robert Olivétan, e a respeito deste fato disse:
Deus, pela secreta orientação de sua providência, finalmente deu uma direção diferente ao meu curso. Inicialmente, visto eu me achar tão obstinadamente devotado às superstições do papado, para que pudesse desvencilhar-me com facilidade de tão profundo abismo de lama, Deus, por um ato súbito de conversão, subjugou e trouxe minha mente a uma disposição  suscetível, a qual era mais empedernida em tais matérias do que se poderia esperar de mim naquele primeiro período de minha vida. Tendo assim recebido alguma experiência e conhecimento da verdadeira piedade, imediatamente me senti inflamado de um desejo tão intenso de progredir nesse novo caminho que, embora não tivesse abandonado totalmente os outros estudos, me ocupei deles com menos ardor.[17]
O reformador João Calvino teve grande progresso na tarefa da Reforma em Genebra porque as suas “crenças sobre a Palavra de Deus e a centralidade das Escrituras na vida da Igreja definiam sua pregação muito antes de ele levantar-se para expor a Palavra.”[18]. Timothy George assegura que “a grande realização de Calvino foi tomar os conceitos clássicos da Reforma (sola gratia, sola fide, sola scriptura) e dar-lhes uma exposição sistemática, que nem Lutero e nem Zuínglio  jamais fizeram, adaptando-os ao contexto civil de Genebra”.[19]
Deve-se entender que nesta época havia uma crise completa de autoridade na sociedade da época, e a Igreja que era orientadora dos padrões sociais e religiosos estava sem autoridade, o Romanismo da Igreja havia sido questionado de forma magistral pela Reforma Protestante. Então onde encontrar uma fonte de autoridade e que fosse suficiente para oferecer respostas às ansiedades e indagações de uma época tão conturbada?
Nos dias de Calvino, o principal assunto de controvérsia era a autoridade da igreja. As tradições da igreja, os decretos do Papa e  as decisões dos conselhos eclesiásticos precediam a verdade bíblica. Entretanto, Calvino permaneceu firme, sobre a pedra angular da Reforma - Sola Scriptura, ou "somente a Escritura". Ele acreditava que as Escrituras eram o verbum Dei - a Palavra de Deus - e que somente ela podia regulamentar a vida da igreja, e não papas, conselhos ou tradições. Sola Scriptura identificou a Bíblia como autoridade única sobre a igreja de Deus, e Calvino abraçou essa verdade de todo  o coração, insistindo que a Bíblia é a competente, inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus.[20]

            Timothy George lembra-nos que “Calvino acreditava que a Bíblia era a ‘escola do Espírito Santo’. Seus escritores foram instrumentos, órgãos, amanuenses do Espírito Santo.”[21] O próprio Calvino ensina, comentando Salmo 19.7, que a Palavra de Deus revelava o pleno conhecimento de Deus: “o salmista agora se volve para os judeus, a quem Deus havia comunicado um conhecimento mais pleno por meio de sua palavra”.[22]




[1] SCHWERTLEY, Braian. M. Sola Scriptura e o Princípio Regulador do Culto. Tradutor: Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora os Puritanos, 2001, p.12..
[2] Apud, BEEKE, Joel. R. Vivendo para a Glória de Deus – Uma Introdução à Fé Reformada. Tradutor: Francisco Wellignton Ferreira. São Paulo: Editora Fiel, 2010, p. 149.
[3]  SCHWERTLEY, Braian. M. Sola Scriptura e o Princípio Regulador do Culto. Tradutor: Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora os Puritanos, 2001, p.12
[4] ANGLADA, Paulo R. B. Sola Scriptura – A Doutrina Reformada das Escrituras. São Paulo: Editora Os Puritanos, 1998, p.73.
[5] SCHWERTLEY, Braian. M. Sola Scriptura e o Princípio Regulador do Culto. Tradutor: Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora os Puritanos, 2001, p.1.
[6] CAIRNS, Eearle. E. O Cristianismo através dos Séculos – Uma História da Igreja Cristã. Tradução: Israel Belo de Azevedo; Valdemar Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008, p. 259.
[7] GEORGE, Thimothy. Teologia dos Reformadores. Tradução: Gérson Dudus; Valéria Fontana. São Paulo: Vida Nova, 1994, p. 53.
[8] Ibid, p.81.
[9] GONZÁLEZ, Justus L. Uma História Ilustrada do Cristianismo. Tradução: Itamir Neves de Souza. São Paulo: Vida Nova, 2011, p.38.
[10] GEORGE, Thimothy. Teologia dos Reformadores. Tradução: Gérson Dudus; Valéria Fontana. São Paulo: Vida Nova, 1994, p. 82.
[11] LATOURETTE, Kenneth Scott. Uma História do Cristianismo, Volume 2. Tradução: Heber Carlos  de Campos. São Paulo: Hagnos 2006, p.969-670.
[12] CAIRNS, Eearle. E. O Cristianismo através dos Séculos – Uma História da Igreja Cristã. Tradução: Israel Belo de Azevedo; Valdemar Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008, p. 260.
[13] GEROGE, Timothy. Teologia dos Reformadores.Tradução: Gérson Dudus e Valéria Fontana. São Paulo: Editora Vida Nova, 1994, p.167.
[14] FERREIRA, Wilson de Castro. Calvino: Vida, Influência e Teologia, São Paulo: Luz Para o Caminho,1998, p. 41.
[15] HALSEMA, Thea B.  Von. João Calvino Era Assim.   São Paulo: Editora Os Puritanos, 2009, p.68.
[16] BEZA, Theodoro de. A Vida e a Morte de João Calvino. Tradução: Waldyr Carvalho Luz. São Paulo: Editora Luz para o Caminho, 2006, p.11.
[17] CALVINO, João. Comentário sobre o Livro de Salmos, Volume 1. Tradução: Valter Graciano Martins, São Paulo: Editora Fiel, 2009, p.31.
[18] LAWSON, Steven. A Arte Expositiva de João Calvino. Tradução:Ana Paula Eusébio Pereira. São Paulo: Editora Fiel,2008, p.33-34.
[19] GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. Tradução: Gérson Dudus e Valéria Fontana. São Paulo: Editora Vida Nova, 1994, p.167.
[20] LAWSON, Steven. A Arte Expositiva de João Calvino. Tradução:Ana Paula Eusébio Pereira. São Paulo: Editora Fiel,2008, p 34.
[21] GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. Tradução: Gérson Dudus e Valéria Fontana. São Paulo: Editora Vida Nova, 1994, p.167; “Por que a Escritura é a escola do Espírito Santo  na qual nada tem deixado coisa alguma que não seja necessária e útil conhecer, nem muito menos se ensina mais do que é necessário saber.” (CALVINO, Juan. Instiución de La Religión Cristiana. Tradução: Cipriano de Valera.  Barcelona:1999, Livro III, Capítulo 21, seção 3.)
[22] CALVINO, João. Comentário sobre o Livro de Salmos, Volume 1. Tradução: Valter Graciano Martins, São Paulo: Editora Fiel, 2009, p.379.