terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A GLÓRIA DE DEUS NO SOFRIMENTO HUMANO

Áudio do sermão:

A GLÓRIA DE DEUS NO SOFRIMENTO HUMANO
João 9.1-12,35-41 ARA
Pr. João Ricardo Ferreira de França.
INTRODUÇÃO:
            Às vezes as calamidades se abatem em nossa vida. Ficamos olhando e vendo  tudo o que ocorre ao nosso redor, e queremos encontrar um culpado. Alguém que seja  tido como responsável por tudo que sofremos! Esse texto nos mostra um pouco disso.  Todavia, antes de tudo precisamos considerar que o sofrimento pode ser visto como uma forma pela qual Deus pode ser glorificado, vejamos:
I – O SOFRIMENTO NEM SEMPRE É RESULTADO DE UM PECADO ESPECÍFICO. (vs.1-3a)
 “Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos  perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?  Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais...”(João 9.1-3A)
            A primeira verdade que nós aprendemos no nosso texto é que nem sempre o sofrimento é resultado de algum pecado específico; muitas pessoas pensam que o pecado que sofrem é por causa de algum pecado específico, ou mesmo, é alguma maldição hereditária!
 Há pessoas que ensinam que o sofrimento que os filhos passam é fruto de seu  pecado. E parece-nos que os discípulos de Jesus pensavam assim. Pensavam que o  sofrimento daquele cego foi por causa de algum pecado de seus pais, ou mesmo do  próprio cego – isso nós chamamos de teologia da retribuição. A procura por um  responsável pelo sofrimento é a sina do homem ao longo de toda história da raça  humana. Os amigos de Jó queriam encontrar uma explicação para o seu sofrimento, e  sugeriram que o motivo de tanto sofrimento na vida de Jó era porque ele havia pecado.
            Aqui neste texto Jesus responde a pergunta dos discípulos de uma forma  inusitada: “Nem ele pecou, nem seus pais...”. É claro que Jesus não está negando a  doutrina da depravação total, ou do pecado original do gênero humano, uma vez que é  ensino cristalino do evangelho que os homens são escravos do pecado (João 8.32-34); que estão mortos em seus “delitos e pecados” (Efésios 2.1). Então, o que Cristo está ensinando aqui? Está nos ensinando que não devemos achar ou culpar alguém por causa de nosso sofrimento.
 O sofrimento nem sempre é por causa de algum pecado especifico; embora, todo o sofrimento existente seja consequência daquela primeira transgressão de Adão [ Romanos 5.12-14], não figura aqui, neste texto, a ideia de que o sofrimento deste cego é fruto de algum pecado específico.
 II – O SOFRIMENTO TEM COMO FINALIDADE A GLÓRIA DE DEUS. (vs.3b)
           
            “[...] mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus.” (João 9.3B ARA).
            É muito difícil olhar para o sofrimento sob esta perspectiva. Como assim? O
sofrimento glorifica a Deus? Sim. Tudo o que somos e o que passamos nesta vida visa a glória de Deus. Alguns crentes do passado perguntaram: “Qual o fim [ propósito]  supremo e principal do homem?” – em outras palavras para quê o homem foi trazido à existência? – e a resposta que deram foi a seguinte: “O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus; e gozá-lo plena e eternamente”.
            Jesus aqui nos oferece uma alternativa para o nosso sofrimento. Antes de nos concentrarmos em nossa dor, em nosso problema, em nossa dificuldade, deveríamos antes de tudo olhar isso como uma oportunidade de glorificar a Deus pelo que ele tem feito por nós!
            É claro que as “as obras de Deus” neste texto tem o sentido da ação de Deus e  de como ele é glorificado no seu modo de agir na vida deste cego. Aquele rapaz veio ao mundo com um propósito específico – para que as obras de Deus se manifestem nele. Para que Deus fosse glorificado por meio de sua vida.
III – ALIVIAR O SOFRIMENTO DO OUTRO É UMA FORMA DE  GLORIFICAR A DEUS. (vs.4-7)
            “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite  vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.  Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego,  dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se  e voltou vendo.” (João 9.4-7 ARA)
            O desejo para aliviar o sofrimento do cego e resolver o problema foi latente em
            Cristo. Ele compara sua obra de compaixão a um dia brilhante – todos nós trabalhamos  de dia [ um horário adequado para o trabalho ]. “É necessário que façamos as obras  daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.”[vs 4].
A urgência da obra de Deus é presente aqui. Cristo veio fazer a vontade de Deus  neste mundo e naquele momento Deus desejava restaurar a vida daquele cego de  nascença! O sofrimento alheio é uma forma de demonstrarmos compaixão e misericórdia pela dor que o outro sofre; por isso, existe essa urgência de Cristo.  O senhor Jesus sabe que aquele garoto está em profundas trevas, em profunda escuridão, então, o redentor diz: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.”  (João 9.5 ARA).
Ele veio para abrir os olhos dos cegos! O mundo vive em uma cegueira  espiritual e precisa da compaixão dos homens que conhecem redentor, que tenham  coragem de apresentar a luz do mundo – que sem dúvida é Cristo!
            Para aliviar o sofrimento humano não basta apenas ter compaixão. Não basta  sentir a dor, não bastar sentir dentro da alma e ficar calado. É necessário agir. Foi o que  Cristo fez, ele se moveu em direção àquele que sofre. “Dito isso, cuspiu na terra e,  tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé  (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo.”  (João 9.6-7 ARA)
            Aqui temos um emblema de alguém que se compadece do sofrimento humano. De alguém que se move para aliviar a dor dos que sofrem. Cristo milagrosamente cura este jovem. Fazendo lodo com a saliva e aplicando aos olhos do cego, e posteriormente,  manda-o a um tanque chamado de Siloé – que é muito interessante, por meio daquela ação o senhor Jesus estava dizendo que ele era o enviando. O que veio para aliviar a dor dos que sofrem.
            É nosso dever como cristãos aliviar o sofrimento dos que passam por dores, dores das perdas, da morte, do divórcio, das drogas e muitos outros sofrimentos, o que  se precisa é de um coração marcado pela compaixão pulsando no coração dos que se professam ser seguidores de Cristo.
IV – QUANDO O SOFRIMENTO É CESSADO PROVOCAM-SE DIVERSAS REAÇÕES (Vs. 9-12)
            Quando o sofrimento é cessado gera muitas reações, umas positivas outras  negativas, mas sempre há alguma reação. Quais reações pode gerar a restauração de uma pessoa:
            1. Surpresa
            “Então, os vizinhos e os que dantes o conheciam de vista, como mendigo, perguntavam:  Não é este o que estava assentado pedindo esmolas? Uns diziam: É ele. Outros: Não, mas se parece com ele. Ele mesmo, porém, dizia: Sou eu.” (João 9.8-9 ARA).
            A restauração de alguém por vezes é vista com surpresa. Nossa! Fulano está mudado, vejam como ele está diferente, nem parece àquela pessoa cabisbaixa de outro dia, mas agora tá super diferente. A surpresa é tanta que a falta de certeza quer dominar o coração. O cego reafirma e diz sim “sou eu mesmo” que fui restaurado.
            2. Dúvida:
            “Perguntaram-lhe, pois: Como te foram abertos os olhos? Respondeu ele: O homem  chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te.  Então, fui, lavei-me e estou vendo. Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Respondeu: Não sei.” (João 9.10-12 ARA)
            Mas também surgem dúvidas. Será mesmo? Será que houve mudança mesmo? Como ocorreu com o cego pedinte ocorre conosco. Quando somos restaurados, quando o nosso sofrimento cessa pessoas duvidam que tenha sido uma mudança radical proporcionada pelo Senhor Jesus. Precisamos estar prontos para este tipo de reação.
 V – O SOFRIMENTO CESSADO DEVE NOS LEVAR A CRISTO. (VS.35-41)
            Este é o último aspecto a ser considerado em nosso texto. Os fariseus por não compreenderem a ação graciosa de Deus na vida do garoto o excomungaram do  sinédrio. Cristo procura-o; e confronta-o:  Crês tu no Filho do Homem? Ele respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele  creia? E Jesus lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo. Então, afirmou ele:  Creio, Senhor; e o adorou.(vs.35-38)
           
            Precisamos confrontar os homens para que eles refletiam sobre quem aquele que pode restaurá-los, ou mesmo aquele que os restaurou! Aquele Jovem havia sido curado por Cristo, mas precisava crer nele. Aqui temos algo importante: A cura, a restauração não significam nada se nós não corrermos para Cristo – a nossa luz, o nosso guia, o nosso redentor. Uma vez reconhecendo a glória de Cristo precisamos nos render e adorá-lo! Os fariseus ignorando esta verdade são condenados por não enxergarem Cristo como redentor de suas vidas. “Prosseguiu Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos. Alguns dentre os  fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso, também nós somos cegos? Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado.” (vs. 9.39-41 ).
            CONCLUSÃO:
            1. O sofrimento nem sempre é fruto de um pecado específico, muitas vezes sofremos  porque transgredimos a lei de Deus, e isto é um fato, mas às vezes o nosso sofrimento deve ser para cumprir um propósito maior.
            2. Devemos aprender a glorificar a Deus no meio do sofrimento e das tribulações consiste em uma grande oportunidade de aprender mais de Deus, e assim, glorificá-lo.
            3. Devemos ser agentes da graça para aqueles que sofrem, estender a mão, ajudar e  socorrer quando estiver em nosso alcance é nosso dever.

            4. O sofrimento é uma forma pela qual podemos nos aproximar do Senhor Jesus Cristo,  crendo nele, tendo-o como único e suficiente salvador, sabendo que toda a restauração  de nossa vida só é possível por causa dele. 

sábado, 24 de janeiro de 2015

AGRADECENDO PELA IGREJA DE DEUS: UMA EXPOSIÇÃO DE 1ª CORÍNTOS 1.4-9

Série de Exposições Bíblicas:
Livro Estudado: 1ª Coríntios
Texto: 1ª Coríntios 1.4-9.
Tema: AGRADECENDO PELA IGREJA DE DEUS
Expositor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Texto:
4 Sempre dou graças a meu Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; 5 porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; 6 assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, 7 de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, 8 o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo.  9  Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
Introdução:
            O apóstolo Paulo após apresentar a sua autoridade apostólica na saudação aos Coríntios, ele agora procura mostrar e revelar o seu interesse espiritual pela vida daquela igreja; ele é um pastor preocupado pelo modo como a igreja tem caminhado. E desta forma quer revelar à sua igreja seu cuidado pastoral no tocante a cada um deles. E, ele o faz por meio de sua oração de gratidão conforme vemos neste trecho da carta, três ideias percebemos neste texto:
1. A Constância da Gratidão {vs.4}
2. O por quê da gratidão {Vs. 5-8a}
3. O propósito da gratidão {vs 8b-9}
Exposição:
I – A CONSTÂNCIA DAS AÇÕES DE GRAÇAS DE PAULO PELA IGREJA DE DEUS.
4 Sempre dou graças a meu Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus;
            Paulo introduz esta nova seção usando um advérbio de tempo “sempre” [πάντοτε  - pantote] ao usar esta palavra o apóstolo revela que a sua oração de gratidão não estava presa há um tempo específico, mas há algo contínuo, algo constante, pois, ele constantemente agradecia a Deus pela existência da Igreja de Corinto. Isso revela-nos a constância que o santo apóstolo tinha em sua gratidão pela existência da Igreja localizada naquela região, naquela cidade.
            “dou graças a meu Deus a vosso respeito” – ele agora revela o objeto da sua constante prática de oração. Ele estava sempre “dando graças” a Deus a respeito da igreja. O verbo grego usado aqui é “Εὐχαριστῶ - eucharistô que significa reder graças, prestar culto de gratidão por meio da oração; ele ora, a Deus dizendo que estava feliz, que estava agradecido porque havia uma igreja na cidade de Corinto. Ele se dirige de modo particular aos membros daquela igreja ele assegura que sua atitude pastoral é colocar os joelhos em terra e agradecer a “meu Deus a vosso respeito” constantemente. Ele apresenta suas “ações de graças a Deus” em favor da igreja.
      A gratidão aqui é “a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus;” ou seja, Paulo contemplara a graça agindo no meio daquele povo, e assim dobrava seus joelhos agradecendo constantemente a Deus pela igreja. Calvino nos alerta dizendo que o termo graça conforme aparece em nosso texto “χάριτιchariti significa “toda espécie de bênçãos, as quais eles tinham obtido por meio do evangelho”; mas, também entendemos referir-se aquele favor imerecido de Deus destinado aos eleitos para a salvação. E a razão disto está no fato que esta graça nos é concedida em Cristo Jesus.
            Aprendemos aqui que não é o esforço dos homens que provocam a ação da graça; mas que a graça que nos outorgada em Cristo em nossa vida provoca a nossa resposta ao evangelho de Deus.
            Paulo agradece de forma constante a Deus  pela existência da igreja ali, pois, Deus revelou a sua graça redentora, salvadora e libertadora em Cristo Jesus aos homens indignos, incapazes e depravados.
II – O PORQUÊ DESSAS AÇÕES DE GRAÇAS  A DEUS PELA EXISTÊNCIA DA IGREJA.
            Após observarmos Paulo agradecendo a Deus pela existência daqueles irmãos, cabe-nos uma pergunta. Por que Paulo agradece constantemente a Deus por esta Igreja? E a resposta que encontramos está nos versos seguintes:
5 porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; 6 assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, 7 de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, 8 o qual também vos confirmará até ao fim...
            Paulo agora quer oferecer uma razão para tanta gratidão a Deus. E ele revela-nos de modo surpreendente. Ele faz sua ação de Graça Deus por quê?
1. A Igreja está Enriquecida em Cristo: Paulo observa a supremacia da riqueza de Cristo reinando na vida do povo do pacto. A igreja em Cristo recebeu uma grande herança. Ela foi enriquecida (ἐπλουτίσθητε - eploutistheté) nele.
2. Esta riqueza é evidente: A segunda realidade é que tal riqueza torna-se evidente sendo motivo de gratidão, pois, a igreja foi enriquecida:
2.1 – Foi enriquecida em “toda a palavra” - ἐν παντὶ λόγῳ {en panti logo}- ou seja, a igreja é rica na doutrina da palavra de Deus, ela tem a palavra de Deus plena a abundante no seu seio.
2.2 – Ela foi enriquecida em “todo o conhecimento” - πάσῃ γνώσει {pasê gnosei} – Tudo o que precisamos saber sobre a vida Crista, todo conhecimento e sabedoria que carecemos já o temos em Cristo Jesus, pois, fomos enriquecidos nele e por ele.
6 assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, 7 de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, 8 o qual também vos confirmará até ao fim...
            Tal riqueza da igreja se estende ao testemunho “de Cristo” que é confirmado no meio da igreja. O que isto quer dizer?  Que Deus selou a verdade do evangelho no meio da Igreja por meio da palavra e  do conhecimento para assim confirmá-la. Em outras palavras, a mensagem do Evangelho é sela e confirmada pelo testemunho vivo da igreja de Cristo.
            Uma vez que isso ocorre no seio da Igreja Paulo deseja que aquela comunidade não seja deficiente em relação a dom algum. “de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo”(Vs 7); e, assim a Igreja deve aprender a aguardar a revelação do senhor dela que é Jesus Cristo. Paulo ressalta que em sua gratidão ele tem a plena certeza que Cristo há de confirmar a perseverança da igreja “o qual também vos confirmará até ao fim”. A Perseverança dos santos não depende do esforço deles, mas de Cristo os confirmar em triunfo sempre.
            Isto nos leva para o nosso terceiro e último ponto a ser considerado. Qual é o propósito destas ações de graças de Paulo?
III – O PROPÓSITO DAS AÇÕES DE GRAÇAS DE PAULO
para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo.  9  Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
            Paulo agradece a Deus também com o propósito de que a igreja seja santa. A fim de  que ela se apresente sem mancha no encontro do grande dia do Senhor Jesus. A preocupação de Paulo é que esta igreja esteja “irrepreensível” diante de Cristo Jesus. O vocábulo grego empregado para “irrepreensíveis” { ἀνεγκλήτους - anenkletous}que significa inocente ou impecável.
            É desejo de Paulo que esta igreja seja santificada. Que ela perceba a necessidade que tem de ser santa, de viver a santidade prática de vida. Por isso, ele ora com esse desejo no coração. Qual o pastor não deseja isso para a sua igreja? Por isso Paulo assegura que as suas ações de graças dirigidas a Deus são eivadas deste desejo de santidade sobre a vida da igreja.
Ele reconhece que isso é possível na vida do povo do pacto, pois, assegura que a fidelidade de Deus é grande conforme vemos no verso seguinte: “9  Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.” Aqui Paulo diz que Deus tem chamado seu povo a viver uma comunhão com o senhor; logo, a santidade de vida é um imperativo à vida cristã; e todos os temores da morte e do fracasso logo se dissipam, pois, estamos inseridos, enxertados em Cristo para uma viva comunhão.
Conclusão: A oração de gratidão é algo que deve está na vida da Igreja de Cristo como um combustível essencial à vida cristã. É isto que aprendemos com a atitude de Paulo. Diante disso que verdades nós aprendemos deste texto e aplicamos a nossa vida?
1. A oração deve ser uma constante na vida da Igreja de Cristo Jesus: Paulo ele sempre orava a Deus, sempre intercedia a Deus; este é um exemplo que devemos tomar para nós. A oração deve ser a companheira constante do Cristão.
2. Devemos ter um coração agradecido a Deus pela Igreja que ele nos colocou para ouvir a sua palavra: Quantos de nós aqui temos realmente agradecido a Deus pela existência desta igreja, onde somos nutridos e alimentados pela Palavra de Deus; há muita ingratidão em nossas vidas, precisamos agradecer a Deus pela igreja que ele nos deu oportunidade de congregar e aprender de Sua Palavra.
3. Devemos ter um coração que deseja a vida de santidade: Muitos de nós nem sequer pensa em santidade prática, em obediência à palavra de Deus; é necessário que no fundo de nosso coração possamos colocar um desejo ardente pela prática de santidade.
4. Devemos compreender que temos comunhão com o Senhor: lembremos que a comunhão que temos com Cristo deveria nos libertar dos temores; olhe, você está em comunhão com Cristo Jesus, você pertence a Ele e jamais cairá de suas mãos, ele tem te sustentado com a sua graça. A comunhão que temos com ele nos faz encarar a dor e sofrimento, ainda que venhamos a dizer: está doendo, mas Cristo é meu tudo, e a minha riqueza e o que tenho de mais preciso e eu sou dele. Amém!





domingo, 11 de janeiro de 2015

Exposição Bíblica: 1ª Coríntios 1.1-3

Série de Exposições Bíblicas:
Livro Estudado: 1ª Coríntios
Texto: 1ª Coríntios 1.1-3.
Expositor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução: Hoje nós começaremos uma série de exposições bíblicas na Primeira carta aos Coríntios. Esta carta tem sido estuda ao longo dos séculos e parece-nos que na atualidade ela tem sido aplicada de modo errado à igreja atual. Esta epístola é eminente doutrinária, prática e exortativa  -  estes são elementos crucias para a igreja de nosso tempo. Ou autor desta carta traça o perfil da doutrina da igreja primitiva, confronta a prática desta igreja que está em desarmonia com a verdade do evangelho, mas ao mesmo tempo exorta a igreja à vida de piedade e santidade neste mundo.
Elucidação:
            Vamos esclarecer o contexto desta carta para compreendermos a sua mensagem. Isto se faz necessário porque estamos distantes do público original a quem esta carta foi dirigida.
A Cidade:
            Corinto era uma cidade muito rica, era uma cidade comercial, com mais de 500.000 habitantes, na maioria deles eram escravos; tinha uma ótima localização, era portuária; e havia uma transição muito grande de pessoas de toda parte do mundo, tal circulação a cidade se “achava dominada pelos vícios com os quais as cidades comerciais geralmente são infestadas, ou seja, a luxúria,  a arrogância, a vaidade, os prazeres, a cobiça insaciável, o egoísmo desenfreado”(CALVINO, 2003, p.16).
            A riqueza escandalosa de uma minoria estava ao lado da miséria de muitos. Surgiu, inclusive,  uma expressão: “viver  à moda de Corinto” , que significava viver no luxo e na orgia.
A Igreja:
            Esta era uma igreja jovem foi fundada na chamada segunda viagem missionária de Paulo  conforme nos relata Lucas em Atos 18.1-18. Paulo desmotivado a continuar o trabalho evangelístico naquela cidade, recebe uma visão do Senhor que o estimular dizendo para que ele permanecesse pregando o evangelho porque havia muitos eleitos na cidade; o apóstolo permaneceu ali por um ano e seis meses e se viu forçado a sair da cidade por causa dos judeus que perpetravam contra a sua pregação, então o apóstolo seguiu para a Síria.
A data e escrita da carta:
            A carta foi escrita provavelmente de Éfeso no ano de 55.
Exposição:
            Paulo inicia sua carta de forma muito comum como faz nas outras cartas de sua lavra,. Ele diz “Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, (1Co 1:1 ARA)” . O santo apóstolo começa desta forma para revindicar a sua autoridade como mensageiro de Cristo Jesus. Três verdades nós aprendemos aqui:
1. Aqueles que devem ser mestres na Igreja de Deus precisam ser chamados:
            O apóstolo Paulo nos ensina na abertura de sua carta que todos aqueles que desejam ser ministros da Palavra ou mensageiros de Cristo  devem acima de tudo receber o chamado de Deus para isso, o termo grego usado aqui “κλητὸς ”[kletos] envolve  um chamado específico de Deus para realizar uma tarefa especifica de Deus.
2. A segunda verdade é que estes chamados por Deus devem ser fiéis no exercício do seu comissionamento:
            Notemos que Paulo diz que é “chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo” ele é chamado para ser apóstolo no texto grego “ἀπόστολος ” (apostolos) tem um duplo sentido, pode se referir a função de mensageiro ou mesmo a função específica de ser um arauto do Cristo ressurreto; Paulo pretende o segundo sentido aqui. Ser um arauto de Cristo, ele foi chamado para proclamar a Cristo Jesus e deve fazê-lo de modo zeloso e fiel.
3. É um ministério outorgado pela vontade de Deus.
            Aqui somos ensinados que ninguém pode tomar para si a honra de ser um proclamador do evangelho sem que para isso seja designado pela vontade de Deus. Calvino nos alerta para isso quando comenta: “Visto que ninguém pode, por direito, assumir para si a designação e condição de ministro, a não ser que o mesmo seja chamado, assim não é suficiente que uma pessoa  seja chamada, se também não cumprir os deveres do seu oficio”.
            Ao dizer que era pela vontade de Deus que havia sido designado apóstolo de Jesus Cristo. Estava estabelecendo dois fatos importantes: primeiro, que estava sendo obediente a voz de Cristo ao transmitir o Evangelho; bem como, procurando estabelecer de modo suficiente a sua autoridade, pois, havia pessoas naquela igreja que estavam duvidando do ministério apostólico de Paulo.
            Nesta saudação Paulo inclui o nome de uma personagem “e o irmão Sóstenes,” Este era o líder da Sinagoga Judaica que havia se convertido à fé cristã (Atos 18.17); Paulo o menciona aqui para que a igreja o tenha  em alta consideração, pois, era evidente que era um homem firme no evangelho de Cristo; todavia, ele é tratado na carta com a maior honra deste mundo o de ser irmão na fé do apóstolo Paulo.
II – IGREJA DE DEUS (VS.2-3)
à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. (1Co 1:2-3 ARA)
            Paulo atribui à igreja que estava naquela cidade o seguinte título: Igreja de Deus. Quando nós consideramos aquilo que o apóstolo sabe da igreja; pois, era uma igreja partidarista ( Eu sou de Paulo, eu de Apolo, eu de Cefas...) ainda havia imoralidade terrível (Capíutlo 5), demandas judiciais entre eles (Capítulo 6), problemas familiares (cap. 7) questão sobre comer carne sacrificada (capítulo 8), não exerciam o cuidado com os seus pastores (cap.9) e por ai vai.
            Alguém poderia perguntar: como Pode Paulo chamar um igreja assim de Igreja de Deus.? Paulo não os chama com o intuito de agradá-los, mas relembra que Deus mesmo havia destinado e salvado um povo pela eleição da graça nesta cidade conforme lemos em Atos 18.9.
            Esta passagem nos traz um alerta porque muitas vezes achamos que podemos achar uma igreja sem mancha, sem mácula, e tendemos a negar o título de igreja de Deus as igrejas que fogem de nossas aspirações e preconceitos. Paulo diz que a despeito de haver tantas coisas negativas naquela igreja, ela continuava sendo a Igreja de Deus por viu no seu seio a doutrina  do evangelho bem como os sinais e selos do pacto da graça (Batismo e Ceia) estavam presentes na igreja; eles precisavam ser exortados a viver como igreja de Deus, como Paulo faz isso? Apresentando            qualidades essenciais à vida cristã:
1. A Santidade de vida:
 “aos santificados em Cristo Jesus” – os verdadeiros membros da igreja  são exortados a compreenderem que são “santificados em Cristo”, separados do mundo de pecado e consagrados para Deus. Ou seja, ninguém que tem santidade de vida pode-se considerar um cristão e nem membro da igreja de Deus. Aqueles que desejam ser povo de Deus devem imediatamente buscar a prática piedosa da santidade de vida.
Lembremos que a palavra santificação significa separação total com o mundo e assim viver de modo digno do evangelho de Cristo Jesus. O apóstolo para evitar mal entendimentos nos mostra que esta santidade é “em Jesus Cristo”. Deus nos vê como santos diante ele em Cristo Jesus
2. Vocação para a  santidade.
chamados para ser santos,” – Vocação da igreja não foi para que ela fosse mundana ou vivesse na prática do mundanismo, mas  ela é  chamada para a santidade de vida. Sabendo que esta santidade é fruto da vocação divina e provocada por ela, pois, somente pelo chamado de Deus o homem pode ser santo.
3.  A prática da Adoração.
            A terceira qualidade dos membros da Igreja de Deus é o fato de que eles são chamados à santidade com o objetivo de invocarem a Deus. “com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. O verbo “invocar” é “ἐπικαλουμένοις ”(epikalouménois) em seu sentido ativo a palavra é usada para indicar que as pessoas envolvidas pertencem ao que é invocado; no seu sentido passivo aponta para a ideia de “chamar”, Paulo diz que a igreja de Corinto é chamada de santa e santificada como igreja de Deus para junto com todas as igrejas espalhadas pelo mundo à invocar o nome do Senhor Jesus Cristo como um ato de adoração. “A invocação é um dos  principais  exercícios da fé” (CALVINO, 2003, p.33)
            A Invocação aqui neste texto tem o sentido de plena profissão de fé em Cristo, e isto se revela por meio do culto, pois, “a invocação é uma das primeiras evidências do Culto divino”(CALVINO, Idem). Esta adoração está fundamentada na doutrina do senhorio de Cristo.  Aqui Paulo mostra que a Igreja de Deus tem um Senhor, que não é apenas senhor de uma pequena porção da Igreja, mas de toda a igreja espalhada na face da terra.
4. Viver em Comunhão { vs 3}:
A quarta qualidade da Igreja de Deus é que ela deve viver em comunhão no verso três nós lemos:  “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
            Esta saudação usual que Paulo criara para encabeçar todas as suas cartas refletem temas teológicos importantes, e o principal deles é a comunhão. Paulo deseja que a “Graça” uma saudação tipicamente dos gregos assume um caráter teológico profundo que pode indicar todas as bênçãos que a igreja tem por receber ou já recebeu das mãos de Deus, bem como favor imerecido; o apóstolo une esta saudação tipicamente grega com a saudação dos judeus “Paz” que reproduz o termo “shalom” apontado para ideia de plenitude de satisfação, de bondade, indicando um desejo de que haja tranquilidade mesmo no meio do conflito.
            Paulo ao usar esta expressão demonstra que tem um forte interesse de combater  a desarmonia que havia dentro da Igreja de Deus. Ao mesmo tempo revela que esta Graça e esta paz procedem de uma fonte segura: do Pai e do Filho. Ou seja, é desejo do Deus triúno que a Igreja viva plenamente a comunhão. Judeus e Gentios deveriam viver harmoniosamente na Igreja, vivendo assim, para a glória de Deus!
            Conclusão: A igreja é a família de Deus a despeito de todas as suas falhas, todos os seus erros, ela deve ser encarada e tratada como a Igreja de Deus. Diante disto o que podemos aprender e aplicar as nossas vidas?
1. Que tudo o que somos é por causa da vontade de Deus: Nada do que temos ou possuirmos é fruto de nosso esforço, mas tudo procede da vontade de Deus.
2. Que ministério pastoral é destinado aquém foi vocacionado para exercê-lo.

3.Que apesar da igreja tem muitas falhas ela tem qualidades ímpares: Ela deve ser santa em sua prática de vida; deve demonstrar sua vocação em santidade prática; e ainda, é composta de adoradores que procuram promover a comunhão entre os santos.

domingo, 4 de janeiro de 2015

O BATISMO INFANTIL: A CERTEZA DE QUE OS NOSSOS FILHOS PERTENCEM AO SENHOR.


O BATISMO INFANTIL: A CERTEZA DE QUE OS NOSSOS FILHOS PERTENCEM AO SENHOR.
Rev. João Ricardo Ferreira de França

INTRODUÇÃO: Este assunto é muito polêmico, há muitos que têm preconceito com este assunto.Isso porque muitos de nós temos o pensamento de que o batismo de bêbes é uma prática da Igreja Católica Romana. Outros pensam que é uma prática bíblica. Mas o que diz a Bíblia? E o debate sobre este assunto gira em torno da seguinte pergunta: Será que existe no Novo Testamento um mandamento ou ordenança para batizar os Filhos dos crentes? Os contrários à prática do batismo infantil dizem: Já que no Novo Testamento não podemos achar uma ordenança clara para batizar crianças,então, não devemos batizá-las.Para eles isso encerra o assunto. Na verdade podemos dizer sobre o assunto mais do que se imagina. Há coisas que a igreja crê e que não está claramente mostrado na Bíblia: Por exemplo, podemos citar a doutrina da Trindade – a Bíblia nunca diz que Deus é três Pessoas distintas e co-eternas. Mas, nem por isso deixamos de crer na doutrina ali revelada. Qual é o problema com a doutrina? Podemos sugerir algumas respostas:
1)      É um problema de Metodologia: Se nos aproximamos da Bíblia acreditando que a igreja é um fenômeno do Novo Testamento somente, jamais vamos entender o Batismo de Crianças; a Bíblia diz que a igreja sempre existiu em Atos 7.38[1] está escrito “a igreja que estava no deserto”.
2)      É um problema de não considerar a unidade da Bíblia: O problema aumenta quando nós não consideramos a unidade entre o V.T e o N.T. Não se conhece que há uma unidade entre os dois testamentos. O Velho Testamento é Palavra de Deus tanto quando o Novo Testamento.
3)      É um problema de desconhecimento da eclesiologia: Muitos não aceitam a doutrina do Batismo infantil porque desconhecem o que seja a igreja. Há muita falta de conhecimento sobre isso na igreja atual.

Diante disso, podemos agora considerar o nosso assunto com muita cautela. O que podemos dizer sobre o Batismo Infantil? O que diz o nosso Catecismo maior sobre isso? “A quem deve ser administrado o Batismo? O Batismo não deve ser administrado aos que estão fora da Igreja visível, e assim estranhos ao pacto da promessa, enquanto não professarem a sua fé em Cristo e a obediência a Ele, porém as crianças cujos pais, ou um só deles professarem a fé  em Cristo e obediência a Ele,então, quanto a isto, dentro do pacto e devem ser batizadas”(Catecismo Maior, Questão 166)

I – ANALISANDO O ANTIGO TESTAMENTO:
           
            Por onde devemos começar o nosso estudo? A resposta é no Antigo Testamento. Nós presbiterianos podemos dizer que este ensino começa com Abraão. Você pode dizer que é um crente do Novo Testamento e que o Antigo Testamento tem nada haver com você.Mas quero dizer-lhe que cada mensagem e doutrina no N.T tem as suas raízes no V.T. Se desejarmos conhecer profundamente a doutrina do pecado, é necessário ir até as páginas do Gênesis. Se quisermos conhecer adequadamente a Cruz precisamos ir aos cinco primeiros livros do V.T. Da mesma forma dizemos que se você quer aprender sobre o Batismo infantil ou Pedobatismo[2] é preciso começar com o Antigo Testamento.
Deus ao Criar o homem deu-lhe uma ordem de “crescer e multiplicar”(Gn.1.27-78) o propósito desta ordem é que Deus quer trazer ao mundo uma geração santa. Os filhos do primeiro casal devem ser santos. Vocês acham  que Deus criou Adão e Eva para ficarem sozinhos? A resposta é Não! Este não é o propósito da família.
Em Gênesis 3 vemos o homem cair do estado em que foi criado, então , Deus vem ao homem vs.9 e pergunta: “onde estás?” é a graça de Deus vindo até o pecador.Antes da queda tínhamos a esperança de se ter filhos santos, mas agora temos uma geração de pecadores. Mas Deus não quer esses pecadores, decide fazer uma promessa de redenção Gn 3.15, Deus vem até a primeira família dizer que há esperança . Existe a esperança de que Ele ainda trata com gerações. Deus quer se relacionar com famílias, e isso, incluem os filhos de Adão e Eva.
Nos dias de Noé temos a mesma coisa.Deus não salva apenas uma pessoa, mas uma família conforme vemos Gênesis 6.9. A redenção vem em termos de família, em termos de gerações. Deus ao longo da História vem tratando com a família.
Alguns exemplos são pertinentes quando a isso: Abraão foi salvo por Deus. Em Romanos 4, Paulo explica que a Salvação de Abraão foi pela graça e pela fé.Gênesis 15.6; Romanos 4.9, então toda a doutrina nasce no Antigo Testamento.
No texto de Gênesis 17.7-14 o pacto é chamado de eterno. Deus escolhe o sinal da circuncisão para simbolizar a salvação. Deus dá um sinal que indica a salvação aos adultos como as crianças. Para alguém se tornar o seguidor de Javé era necessário ser circuncidado Êxodo 12.48. Todo crente do A.T deveria circuncidar o Filho, imagine-se no A.T Testamento e o que você faria? Certamente você circundaria o seu filho
II – O NOVO TESTAMENTO:
            O que o Novo Testamento tem a nos ensinar sobre este assunto? Os anti-pedobatistas dizem que para uma pessoa ser batizada é necessário crer. E citam Marcos 16.15-16. O ato de crer precede o de batizar, e assim, as crianças não podem crer, logo, não devem ser batizadas. Essa é uma conclusão dos anti-pedobatistas, todavia, vejamos o que diz o texto:
            QUEM CRER E FOR BATIZADO SERÁ SALVO – esta declaração é correta, mas dizer que isso invalida o batismo de bêbes é um absurdo, pois, os nossos oponentes não leram o resto do versículo que diz:
            POREM, QUEM NÃO CRER ESTÁ CONDENADO – isto significa que para ser  salva a criança precisa crer, e ela não crer, logo,ela está condenada.
            Se o batismo é símbolo da fé, então como entender Romanos 4.11. A circuncisão é vista como o símbolo da fé que Abraão teve, e este símbolo foi aplicado aos bêbes do V.T, logo, a criança deve ser batizada. O batismo é o cumprimento da circuncisão.
            Paulo no N.T diz que o “batismo” é a “circuncisão de Cristo” Colossenses 2.11-12. O apóstolo Pedro fala do batismo de Criança quando proclama sobre Cristo em Atos 2.38-39 – A palavra grega usada aqui é teknia (teknia) que significa “criancinhas” filhos pequeninos, crianças de peito.Ele diz isso porque sabe que Deus continua agindo com família ao longo da história redentiva do povo do pacto. E, assim entendemos porque Paulo diz que os filhos dos crentes na igreja são santos em 1 Corintios 7.14.
            Há também o batismo de famílias inteiras registradas nas paginas do N.T Atos. 11.14,44-48; 16.14-15; Atos 16.31

III – A HISTORIA E O BATISTMO INFANTIL:

            Neste momento desejamos mostrar os indícios de que a história confirma o Batismo infantil. Este ponto é importante para mostrar que a igreja sempre praticou o pedobatismo.
IRINEU( do 1 século)  - Escreveu sobre o batismo infantil dizendo que Cristo mandou a igreja batizar todos os que foram alvos do evangelho, e assim, as criancinhas deveriam ser batizadas, ele declara isso em seu livro “Contra as Heresias, Livro III, Capítulo 9”.

JUSTINO, O MARTIR – Confirma o testemunho de Irineu dizendo que ele está referindo-se ao batismo de Criancinhas, ele diz isso no seu livro “Apologia I”.,
TERTULIANO – Ele é um teólogo do 3 século, defendia que seria melhor aos homens serem batizados mais tarde, pois, entendia que o batismo perdoa os pecados, e assim diz que as criancinhas deveriam ser batizadas mais tarde. Pelo testemunho de Tertuliano percebemos que o batismo de Crianças era uma prática comum na história da Igreja
            Lembremos que isso não é do período da Igreja Católica Romana, mas é muito antes.
ORIGENES – Escreve dizendo que a “Igreja tinha dos apóstolos a tradição(ordem) para administrar o batismo as criancinhas”.
As tradições não devem ser abandonadas, especialmente, aquelas advindas dos apóstolos 2 Tess. 2.15;3.6
O CONCILIO DE CATARGO – Esse concílio responde a uma carta de Fido sobre que tempo deve-se esperar para batizar uma criancinha, o concílio com  66 bispos, decidiram unanimente que a Criança poderia ser batizada antes do oitavo dia de nascido.
PELÁGIO – No ano 350 escreveu o seguinte:”Nunca tive conhecimento de alguém, nem mesmo o mais ímpio herege, que negasse o batismo às criancinhas”.
AGOSTINHO – Conhecido como o doutor da graça escreveu defendendo o Batismo infantil como sendo a fonte de redenção dos pequeninos.

Conclusão: O Batismo infantil é uma prática Bíblica e histórica da Igreja e precisamos resgatá-la em nosso meio, pois, ela nos garante a certeza de que a criança faz parta da igreja de Deus como povo do pacto do Senhor.

BIBLIOGRAFIA:
1)      Estudos Bíblicos sobre o Batismo de Crianças – Philippe Landes – Casa Editora Presbiteriana, S.D.
2)      Confissão de Fé e Catecismo Maior da Igreja Presbiteriana do Brasil -  Casa Editora Presbiteriana, 1980.
3)      Batismo Infantil – O que os Pais deveriam saber acerca deste sacramento – Editora Os Puritanos, 2000.
4)      Batismo – O Sinal do Pacto, Rev.Onezio Figueiredo, Sínodo de São Paulo, Presbitério de Casa Verde – IPB, 1993.
5)      Revistas Os Puritanos – Vamos a Casa do Senhor & A família do Pacto – Artigo: Batismo Infantil, Kenneth Wieske,2005 & 2006.



[1] O termo grego ekklhsia(ekklesía) significa igreja, Congregação dos chamados para fora do mundo e consagrados para Deus.
[2] A expressão grega “pedobatismoV” significa batismo de bêbes recém-nascidos.