terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A GLÓRIA DE DEUS NO SOFRIMENTO HUMANO

Áudio do sermão:

A GLÓRIA DE DEUS NO SOFRIMENTO HUMANO
João 9.1-12,35-41 ARA
Pr. João Ricardo Ferreira de França.
INTRODUÇÃO:
            Às vezes as calamidades se abatem em nossa vida. Ficamos olhando e vendo  tudo o que ocorre ao nosso redor, e queremos encontrar um culpado. Alguém que seja  tido como responsável por tudo que sofremos! Esse texto nos mostra um pouco disso.  Todavia, antes de tudo precisamos considerar que o sofrimento pode ser visto como uma forma pela qual Deus pode ser glorificado, vejamos:
I – O SOFRIMENTO NEM SEMPRE É RESULTADO DE UM PECADO ESPECÍFICO. (vs.1-3a)
 “Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos  perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?  Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais...”(João 9.1-3A)
            A primeira verdade que nós aprendemos no nosso texto é que nem sempre o sofrimento é resultado de algum pecado específico; muitas pessoas pensam que o pecado que sofrem é por causa de algum pecado específico, ou mesmo, é alguma maldição hereditária!
 Há pessoas que ensinam que o sofrimento que os filhos passam é fruto de seu  pecado. E parece-nos que os discípulos de Jesus pensavam assim. Pensavam que o  sofrimento daquele cego foi por causa de algum pecado de seus pais, ou mesmo do  próprio cego – isso nós chamamos de teologia da retribuição. A procura por um  responsável pelo sofrimento é a sina do homem ao longo de toda história da raça  humana. Os amigos de Jó queriam encontrar uma explicação para o seu sofrimento, e  sugeriram que o motivo de tanto sofrimento na vida de Jó era porque ele havia pecado.
            Aqui neste texto Jesus responde a pergunta dos discípulos de uma forma  inusitada: “Nem ele pecou, nem seus pais...”. É claro que Jesus não está negando a  doutrina da depravação total, ou do pecado original do gênero humano, uma vez que é  ensino cristalino do evangelho que os homens são escravos do pecado (João 8.32-34); que estão mortos em seus “delitos e pecados” (Efésios 2.1). Então, o que Cristo está ensinando aqui? Está nos ensinando que não devemos achar ou culpar alguém por causa de nosso sofrimento.
 O sofrimento nem sempre é por causa de algum pecado especifico; embora, todo o sofrimento existente seja consequência daquela primeira transgressão de Adão [ Romanos 5.12-14], não figura aqui, neste texto, a ideia de que o sofrimento deste cego é fruto de algum pecado específico.
 II – O SOFRIMENTO TEM COMO FINALIDADE A GLÓRIA DE DEUS. (vs.3b)
           
            “[...] mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus.” (João 9.3B ARA).
            É muito difícil olhar para o sofrimento sob esta perspectiva. Como assim? O
sofrimento glorifica a Deus? Sim. Tudo o que somos e o que passamos nesta vida visa a glória de Deus. Alguns crentes do passado perguntaram: “Qual o fim [ propósito]  supremo e principal do homem?” – em outras palavras para quê o homem foi trazido à existência? – e a resposta que deram foi a seguinte: “O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus; e gozá-lo plena e eternamente”.
            Jesus aqui nos oferece uma alternativa para o nosso sofrimento. Antes de nos concentrarmos em nossa dor, em nosso problema, em nossa dificuldade, deveríamos antes de tudo olhar isso como uma oportunidade de glorificar a Deus pelo que ele tem feito por nós!
            É claro que as “as obras de Deus” neste texto tem o sentido da ação de Deus e  de como ele é glorificado no seu modo de agir na vida deste cego. Aquele rapaz veio ao mundo com um propósito específico – para que as obras de Deus se manifestem nele. Para que Deus fosse glorificado por meio de sua vida.
III – ALIVIAR O SOFRIMENTO DO OUTRO É UMA FORMA DE  GLORIFICAR A DEUS. (vs.4-7)
            “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite  vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.  Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego,  dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se  e voltou vendo.” (João 9.4-7 ARA)
            O desejo para aliviar o sofrimento do cego e resolver o problema foi latente em
            Cristo. Ele compara sua obra de compaixão a um dia brilhante – todos nós trabalhamos  de dia [ um horário adequado para o trabalho ]. “É necessário que façamos as obras  daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.”[vs 4].
A urgência da obra de Deus é presente aqui. Cristo veio fazer a vontade de Deus  neste mundo e naquele momento Deus desejava restaurar a vida daquele cego de  nascença! O sofrimento alheio é uma forma de demonstrarmos compaixão e misericórdia pela dor que o outro sofre; por isso, existe essa urgência de Cristo.  O senhor Jesus sabe que aquele garoto está em profundas trevas, em profunda escuridão, então, o redentor diz: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.”  (João 9.5 ARA).
Ele veio para abrir os olhos dos cegos! O mundo vive em uma cegueira  espiritual e precisa da compaixão dos homens que conhecem redentor, que tenham  coragem de apresentar a luz do mundo – que sem dúvida é Cristo!
            Para aliviar o sofrimento humano não basta apenas ter compaixão. Não basta  sentir a dor, não bastar sentir dentro da alma e ficar calado. É necessário agir. Foi o que  Cristo fez, ele se moveu em direção àquele que sofre. “Dito isso, cuspiu na terra e,  tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé  (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo.”  (João 9.6-7 ARA)
            Aqui temos um emblema de alguém que se compadece do sofrimento humano. De alguém que se move para aliviar a dor dos que sofrem. Cristo milagrosamente cura este jovem. Fazendo lodo com a saliva e aplicando aos olhos do cego, e posteriormente,  manda-o a um tanque chamado de Siloé – que é muito interessante, por meio daquela ação o senhor Jesus estava dizendo que ele era o enviando. O que veio para aliviar a dor dos que sofrem.
            É nosso dever como cristãos aliviar o sofrimento dos que passam por dores, dores das perdas, da morte, do divórcio, das drogas e muitos outros sofrimentos, o que  se precisa é de um coração marcado pela compaixão pulsando no coração dos que se professam ser seguidores de Cristo.
IV – QUANDO O SOFRIMENTO É CESSADO PROVOCAM-SE DIVERSAS REAÇÕES (Vs. 9-12)
            Quando o sofrimento é cessado gera muitas reações, umas positivas outras  negativas, mas sempre há alguma reação. Quais reações pode gerar a restauração de uma pessoa:
            1. Surpresa
            “Então, os vizinhos e os que dantes o conheciam de vista, como mendigo, perguntavam:  Não é este o que estava assentado pedindo esmolas? Uns diziam: É ele. Outros: Não, mas se parece com ele. Ele mesmo, porém, dizia: Sou eu.” (João 9.8-9 ARA).
            A restauração de alguém por vezes é vista com surpresa. Nossa! Fulano está mudado, vejam como ele está diferente, nem parece àquela pessoa cabisbaixa de outro dia, mas agora tá super diferente. A surpresa é tanta que a falta de certeza quer dominar o coração. O cego reafirma e diz sim “sou eu mesmo” que fui restaurado.
            2. Dúvida:
            “Perguntaram-lhe, pois: Como te foram abertos os olhos? Respondeu ele: O homem  chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te.  Então, fui, lavei-me e estou vendo. Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Respondeu: Não sei.” (João 9.10-12 ARA)
            Mas também surgem dúvidas. Será mesmo? Será que houve mudança mesmo? Como ocorreu com o cego pedinte ocorre conosco. Quando somos restaurados, quando o nosso sofrimento cessa pessoas duvidam que tenha sido uma mudança radical proporcionada pelo Senhor Jesus. Precisamos estar prontos para este tipo de reação.
 V – O SOFRIMENTO CESSADO DEVE NOS LEVAR A CRISTO. (VS.35-41)
            Este é o último aspecto a ser considerado em nosso texto. Os fariseus por não compreenderem a ação graciosa de Deus na vida do garoto o excomungaram do  sinédrio. Cristo procura-o; e confronta-o:  Crês tu no Filho do Homem? Ele respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele  creia? E Jesus lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo. Então, afirmou ele:  Creio, Senhor; e o adorou.(vs.35-38)
           
            Precisamos confrontar os homens para que eles refletiam sobre quem aquele que pode restaurá-los, ou mesmo aquele que os restaurou! Aquele Jovem havia sido curado por Cristo, mas precisava crer nele. Aqui temos algo importante: A cura, a restauração não significam nada se nós não corrermos para Cristo – a nossa luz, o nosso guia, o nosso redentor. Uma vez reconhecendo a glória de Cristo precisamos nos render e adorá-lo! Os fariseus ignorando esta verdade são condenados por não enxergarem Cristo como redentor de suas vidas. “Prosseguiu Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos. Alguns dentre os  fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso, também nós somos cegos? Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado.” (vs. 9.39-41 ).
            CONCLUSÃO:
            1. O sofrimento nem sempre é fruto de um pecado específico, muitas vezes sofremos  porque transgredimos a lei de Deus, e isto é um fato, mas às vezes o nosso sofrimento deve ser para cumprir um propósito maior.
            2. Devemos aprender a glorificar a Deus no meio do sofrimento e das tribulações consiste em uma grande oportunidade de aprender mais de Deus, e assim, glorificá-lo.
            3. Devemos ser agentes da graça para aqueles que sofrem, estender a mão, ajudar e  socorrer quando estiver em nosso alcance é nosso dever.

            4. O sofrimento é uma forma pela qual podemos nos aproximar do Senhor Jesus Cristo,  crendo nele, tendo-o como único e suficiente salvador, sabendo que toda a restauração  de nossa vida só é possível por causa dele. 

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