FORMANDO A
IDENTIDADE PRESBITERIANA.
Professor:
Rev. João Ricardo Ferreira de
França.
Introdução:
Tratar
do tema de identidade presbiteriana tem sido um grande desafio durante os meus
anos frente à liderança de igrejas presbiterianas, pois, geralmente quando
organizo uma série de estudos sobre este tópico fico surpreso quando muitos
membros não sabem nada sobre sua identidade espiritual.
Quando se pensa em uma identidade
logo se busca os traços distintivos de uma pessoa – tal como a cor do cabelo, a
cor da pele, a cor dos olhos, o tamanho e o peso. E incluem-se dentro dessas
categorias de identidade tudo aquilo que gostamos ou não gostamos de fazer,
tudo isso define quem somos, resume e compreende a nossa identidade. E o que é
mais importante nisso tudo consiste em nossas convicções, o que cremos e
confessamos formam a nossa identidade também.
No tempo pós-moderno a identidade
ela foi diluída pela negação conceitual da verdade absoluta. Nada mais define
quem é você ou o que você faz, pois, a
verdade não existe em nossa atual cultura. Ou seja, as identidades hoje são
forjadas (LUCAS, 2012, p.17) não a noção de herança herdade e coisa do gênero.
Ao introduzir este estudo falando
sobre identidade temos como objetivo elucidar que as mesmas características
aplicadas à identidade pessoal aplica-se de igual modo à identidade
denominacional. Ou seja, por que somos presbiterianos?
I – CONVICÇÕES PRESBITERIANAS.
Para
saber sobre a nossa identidade presbiteriana devemos primeiro, resumidamente
compreender as convicções e crenças presbiteriana, claro que de modo bem geral.
Os presbiterianos enfatizam cinco ideias fundamentais que são suas convicções:
1.1 – Cremos na soberania de Deus.
Esta
convicção significa que Deus é rei de todas as coisas. Ele governa cada átomo
deste universo. Este é um ensino claro nas Escrituras (1 Crônicas 29:1; Isaias 55:8-9; Romanos 11:33; Romanos 11:36; 1 Crônicas
29:10-11).
1.2 – Cremos na prioridade da Graça de Deus.
“A maravilhosa graça
de Deus vem de encontro a nosso mais profunda necessidade: somos pecadores
carentes de misericórdia. Não merecemos a misericóridia de Deus, mas Deus a
demonstra de maneira mais suprema na morte e ressurreição de Jesus em favor de
pecadores como nós”(LUCAS, 2012, p.19) – ou seja, a graça de Deus é o
fundamento para a nossa vida (Efésios 2.4-8).
1.3 – Cremos na Teologia do Pacto
Ao assumir esta crença aceitamos o
fato de que pelas Escrituras Deus vem contando a grande história da obra da
redenção, começando no Éden (Gênesis 3.15) até o apocalipse (Apocalipse
22.14-21). A teologia da aliança é formantada em duas grandes nomemclaturas: O
pacto da obras (obediência) feito com adão e sua posteridade no Jardim do Éden
(Gênesis 2.15-17) e o Pacto da Graça feito com o senhor Jesus Cristo e os seus
eleitos – o pacto é permeado pela perspectiva da promessa redentiva.
1.4 – Entendemos a natureza da Igreja um pouco
distinta das demais denoninações.
Na concepção bíblica a Igreja tem
dois aspectos importantes ela é visivel e invísivel, entretanto, quando usamos
a “designação de visível e invisível não
estamos nos referindo a duas igrejas distintas. Cristo fundou uma só Igreja;”(RYLE,
2013, p.1) A Escritura nos apresenta os aspectos distintivos da igreja: Igreja
Invisível (1 Coríntios 12.12-13); Igreja
Visível (Atos 2.47).
Dentro desta concepção entedemos que a Igreja é governada por uma pluralidade
de presbíteros (Atos 14.26; 20.17,28) e que a esta igreja são afiliadas a elas
os crentes adultos bem como os seus filhos.
1.5 – Entendemos os sacramentos de modo distinto dos
demais evangélicos.
A
tradição presbiteriana entende que ao tratar de batismo isso envolve as
famílias, Deus não quer apenas o individuo ele quer a família completa, conforme aprendemos em Gênesis
17.9-14 – a circuncisão é o modelo deste relacionamento sacramental de Deus com
as famílias, ou seja, este é o sinal pactual para Abraão e seus filhos. No
livro de Atos, portanto, no Novo Testamento, este sinal é substituído pelo
batismo e as famílias são inseridas na igreja mediante o batismo (Atos
16.13-15;31-33)
II –
PRÁTICAS DOS PRESBITERIANOS
As
nossas convicções são nossas cosmovisões. Pois, “cosmovisão é um conjunto de
crenças sobre as questões mais importantes da vida.” (NASH, 2012, p.25),
todavia, as convicções presbiterianos inevitávelmente devem nos conduzir para
as práticas presbiterianas. “Quando
nos referimos a práticas, estamos falando de ações receptivas mediante as quais nossas convicções quanto a
Deus e a seus propósitos para nós são reforçadas” (LUCAS, 2012, p.21)
A
riqueza doutrinária, conforme vimos resumida acima, do presbiterianismo empolga
o nosso coração, isso é tão verdade que alguém disse: “Quem conhece o
presbiterianismo, não sai dele” e como colocou outro pastor presbiteriano “Quem
conhece o presbiterianismo fica, queira o não, empolgado”. (NASCIMENTO; MATOS,
2007, p.8)
Deve-se
lembrar que a ortodoxia deve nos levar paras a ortopraxia (doutrina correta nos
leva à práticas corretas) vejamos as práticas presbeiterians decorrentes de
suas convicções:
2.1 – Práticas
da piedade presbiteriana
Estas
estãos sempre voltadas para um caminhar com Deus. Estão geralmente associadas
ao culto comunitário; que consiste do fruto de como experimentamos a unão e
comunhão com Deus pelo Espírito que é mediante a pregação palavra; esta
pregação molda a nossa espiritualidade, confronta o nosso egoísmo e nossos
pecados; bem como essa piedade é formentada pelos sacramentos e pela oração.
2.2 –
Práticas Litúrgicas presbiterianas
Os presbiterianos possuem uma prática
de liturgia singular. Cremos no chamado Principio Regulador do Culto - ou seja, cada prática no culto deve ter
autorização das Escrituras, e isto por meio de um mandamento expresso, um
exemplo histórico ou inferência lógica. Deste princípio nasce o que
chamamos de elementos do culto
presbiteriano que são:
a) Leitura
e Pregação da Palavra
b) Os
Sacramentos – Batismo e eucaristia
c) O
Cântico de Salmos
d) Oração
e)
contribuição
O culto presbiteriano é marcado pela
“Ordem e decência” (1ª Coríntios 14.40) isso tudo nos fala dos nossos negócios
com Deus.
2.3 –
Práticas Presbiterianas quanto a Eclesiologia.
Como já
vimos que o governo da Igreja Presbiteriana é por meio da pluralidade de
presbíteros; os presbiterianos tem um Manual de Ordem eclesiástica que nos diz
desde coisas como a natureza da Igreja até a escolha de seus oficiais, como
deve ser feita e tudo o que é necessário para vida eclesiástica. Existem dois
ofícios dentro da igreja que são
a) Presbíteros e b) Diáconos.
Dentro
do Ofício de Presbíteros existem duas classes que são:
a) Presbíteros Docentes: que são os pastores da Igreja o
que se afadigam na palavra e no ensino; b) Os Presbíteros Regentes: que
auxiliam ao presbítero docente no governo da Igreja. (1ª Timóteo 5.17)
Conclusão:
A riqueza
do sistema presbiteriano é incalculável, por isso, devemos resgatar
urgentemente a nossa identidade presbiteriana; pois, ela moldura para nós as
práticas piedosas do carater cristão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário