terça-feira, 8 de setembro de 2015

OS MANDATOS CRIACIONAIS

OS MANDATOS CRIACIONAIS:
Rev. João Ricardo Ferreira de França.*
Introdução:
            O registro da revelação apresenta-se com três mandatos específicos Cultural, Social e Espiritual. Estes mandatos são os condutores da aliança de Deus com seu povo. Estes fios condutores da aliança configura a vida humana em sua totalidade. Dentro desta concepção insere-se a ideia da tríplice estruturada bíblica de uma cosmovisão que envolve: a criação, queda e redenção.
A tríplice estrutura e os mandatos criacionais são discutidos e apresentados pela Teologia Bíblica.  A definição desta ciência é a seguinte: “Teologia bíblica é aquele ramo da teologia exegética que lida como o processo da auto-revelação de Deus registrada na Bíblia”.[1]  
Podemos assegurar que a cosmovisão [baseada na tríplice estrutura: criação, queda e redenção] é permeada pelos mandatos da criação como fios condutores do pacto de Deus com o homem. Diante disso passaremos a estudar as três ordenanças criacionais:
I – MANDATO CULTURAL.
            O que significa este mandato? Este mandato “acentua especificamente a relação da humanidade com o cosmos” [2]. A criação é o teatro da glória de Deus e o palco de nossa atuação.
Onde se fundamenta este mandato? A resposta encontra-se no texto de Gênesis 1.28: “E Deus os abençoou e lhe disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.”
            A primeira frase deste texto “sede fecundos, multiplicai-vos” – “significa desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas, escolas, cidades, governos, leis. A segunda frase - enchei a terra e sujeitai-a – significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar computadores, compor músicas.” E se faz necessário insistir que a passagem em foco é “chamada de o mandato cultural, porque nos fala que nosso propósito original era criar culturas, construir civilizações – nada mais”[3]
            O mandato cultural implica na redenção de culturas inteiras. O vocábulo dominar, empregado aqui nesta passagem, indica a ideia de “capacidade real e supervisão”. A palavra hebraica empregada “ וְיִרְדּוּ ”(veiredu) que vem da raiz “hdr” (radar) que tem o sentido de “governar, dominar” e até “subjulgar”[4]. Sabemos que em “Gênesis 1.26, 28, o verbo ocorre com um sentido positivo quando se declara que a humanidade, criada à imagem de Deus, deve subjugar a terra e reinar sobre (rdh) todos os animais. À espécie humana é dada a responsabilidade sobre a criação de Deus, como fica evidente pelo fato de que esse comando é parte da bênção de Deus (1.28)”[5].
            Devemos ressaltar que o uso do verbo dominar aqui não consistia em uma “licença para a humanidade abusar das ordens da criação”, mas pelo contrário ele deveria “ser apenas um vice-regente de Deus, e a ele, tinha de prestar contas”.[6] O aspecto da “Imago Dei” é a força propulsora para o conceito do mandato cultural na esfera do domínio neste mundo.
            Ao estudarmos sobre este mandato aprendemos que o homem é chamado para santificar e colocar cada esfera de sua vida, sua educação, seus recursos nas mãos de Cristo; e, feito isso, saber administrar cada área já mencionada para a glória de Deus neste mundo. Nancy Pearcey nos alerta: “A lição do mandato cultural é que nosso senso de cumprimento depende de nos dedicarmos ao trabalho criativo e construtivo”.[7] A isso nós chamamos de redenção cósmica. Deus nos deu este mandato para exercermos o domínio nas mais diversas áreas do saber; e para o resgate das culturas para a glória dele somente.

II – O MANDATO SOCIAL
            O segundo mandato a ser considerado é chamado de Mandato Social. Van Groningen vai dizer que este mandato pactual “fala das relações sociais’[8]. Este mandato está fundamentado em Gênesis 2.21-24:
Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
Temos a estrutura familiar estabelecida. A família é ordenada em termos de um desapegar-se  e unir-se a outrem. Embora, já tenhamos considerado que um dos aspectos do mandato cultural é a criação familiar. Isto se torna evidente por causa da ordem divina de haver uma “fecundação e multiplicação” em Gênesis 1.26-28; todavia, esta ordem da formulação familiar está pertinentemente estabelecida aqui neste trecho de Gênesis 2.21-24.
A criação da mulher tem como objetivo evitar a solidão de Adão. O princípio extraído aqui é que o homem não é uma ilha, isolada, sozinha sem relação com outros. O companheirismo é algo que Deus prima em sua criação – o casamento não deve ser uma prisão para os solteiros, mas a liberdade da amizade e cumplicidade matrimonial.
Longman III tem uma palavra muito significativa sobre esta realidade e declara que o “casamento envolve um homem e uma mulher deixarem os pais e constituírem uma nova unidade familiar”.[9] Van Groningen novamente nos diz que este “mandato pôde ser dado porque Deus criou a humanidade à sua imagem e semelhança e como macho e fêmea. O relacionamento tinha que ser visto como um de igualdade diante de Deus”.[10]Aqui aprendemos que a organização familiar exige uma relação heterossexual. Adão se une a sua mulher. E não a outro homem, nem mesmo uma mulher se une a outra. Mas o que está escrito é que “macho e fêmea” formam uma unidade neste mandato.
Em Gênesis 1.28 temos a extensão deste mandato de forma interessante. A finalidade na geração de filhos e filhas para cumprir este mandato pactual era de capital importância. “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra”. O verbo fecundar que aparece no texto no hebraico é “פְּר֥וּ” – peru – tem o sentido de “frutificar”. O mandato social estabelece uma necessidade que o homem tem constituir familias e sociedades para cumprir a ordem original de Deus dada à raça humana. O homem deveria continuar sua posição de dominio social com a perpetuação de sua prole.
III – O MANDATO ESPIRITUAL.
            O terceiro aspecto a ser considerado é o Mandato Espiritual. Envolvia comunhão e obediência a Deus. Esta comunhão estava marcada pelo dia de adoração ao soberano de todas as coisas. Conforme vemos em Gênesis 2.1-4:
Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou.
            O conceito embrionário de um dia descanso esta alicerçado nesta passagem que evoca a comunhão primeva que o casal Adão e Eva desfrutavam com Deus. O shabbath de Deus entra em ação na narrativa bíblica “וַיִּשְׁבֹּת֙ ” ao trazer o sábado à existência Deus estava condescendo ao homem para que este pudesse desfrutar de uma comunhão intima e pessoal com Deus.
            Devemos lembrar que a guarda do sábado estava ligada aos dois mandatos pactuais anteriores:
A convicção que a guarda do sábado é uma obrigação perpétua se baseia em parte na instituição do sábado em Gênesis 2.1-3. Juntamente com o trabalho (Gn. 1.24; 2.15) e o casamento (Gn. 2.18-25), Deus instituiu o sábado para governar a vida de toda a humanidade. Assim como são permanentes as ordenanças do trabalho e do casamento, assim é a ordenança do sábado”.[11]
            No mandato espiritual ou de comunhão o homem é criado para que possa deleitar-se no dia que Deus separou para ele. Esta comunhão com Deus se dava no ambiente litúrgico.
            Ainda neste mandato estava envolvida a ideia de obediência perene a Deus conforme vemos em Gênesis 2.16-17:
E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
            Aqui temos o homem sendo chamado a pactuar com Deus. Este pacto tem sido considerado como pacto das obras, e parece-nos, que alguns sugerem que Adão deveria obedecer este pacto para obter vida eterna. Todavia, alguns preferem chama-lo de pacto de vida; e por quê? A resposta é simples aqui Deus não lhe promete a vida, mas lhe assegura da morte certa caso o desobedeça.
            A vida marcada pela comunhão com Deus e por uma espiritualidade autêntica. Adão deveria preservar essa comunhão que implicava em vida; todavia, este homem deliberadamente decide violar o pacto, violar a comunhão e em resposta a esta rebeldia ele recebe a morte.[12]
            Este mandato pactual implica numa vida de obediência e adoração a Deus de forma inegociável. O homem foi criado para glorificar a Deus e se deleitar nele, e isto é feito mediante a obediência irrestrita a Palavra de Deus bem como em celebração litúrgica a Deus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
            Na Teologia Reformada este tema dos Mandatos Criacionais é amplamente desenvolvido, todavia, é pouco aplicado e lecionado à igreja de Cristo. Podemos, ver nesta breve introdução o quão é importante para a vida e maturidade da igreja. Vimos neste estudo que a ordem para governar a terra tem sido negligenciada pela igreja de nossos dias; bem como a preservação das relações sociais hoje é ameaçado pela criação de leis contrárias a Palavra de Deus.
            No espectro espiritual podemos tirar como implicação o fato da fraqueza e letargia da igreja deve-se ao fato da negligência profunda de uma comunhão autêntica com Deus no dia do Senhor (domingo ou sábado cristão); pois, a igreja de hoje está caminhando para o secularismo, individualismo e pragmatismo – o divino não ocupa, mas a centralidade na vida das pessoas; a comunhão virou apenas temas de sermões para o final de ano, pois, cada qual vive no seu mundo sem viver a comunhão dos santos e a igreja tem empregado esforços para que haja resultados imediatos – negligenciando o crescimento saudável da igreja por meio do culto corporativo no dia do Senhor.
            Devemos reconhecer que fomos e somos criados para a obediência irrestrita a Deus e nos deleitarmos nele; devemos cumprir os nossos papéis originais intencionados por Des para a nossa vida. Deus nos criou para que tivéssemos o domínio sobre este mundo como vice-regentes, reconhecendo que cada espaço na criação é reclamado por Cristo como sendo de sua exclusiva propriedade.
            Neste processo devemos trazer à mente e ao coração que as nossas famílias são também projetos de Deus para nós, constituir famílias está atrelado à intenção original de Deus para a humanidade. A sociedade necessita de famílias equilibras e tementes a Deus o casamento e a procriação de uma descendência santa são alicerces fundamentais para a construção de uma sociedade justa.
            Por fim, devemos trazer ao coração que aquilo que confere sentido à existência é eterno e imperecível, por isso, devemos reservar um tempo para a contemplação e adoração ao Deus eterno que tudo criou. O encontro com Yahweh no seu dia é de capital importância para nós, pois, é no culto onde a nossa alma é alimentada e alentada pela Palavra imperecível de Deus. O culto familiar, o culto individual e o público são oportunidades únicas de um deleitoso prazer em Deus.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1.      GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação – O Reino, a Aliança e o Mediador. Tradução: Denise Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, volume 1.
2.      ____________________. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. Tradução: Cláudio Wagner. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
3.      KAISER JR., Walter C. O Plano da Promessa de Deus – Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Gordon Chown, A.G. Mendes. São Paulo: Vida Nova, 2011.
4.      KILPP, Nelson. Dicionário Hebraico-Portugês e Aramaico-Português. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Editora Vozes, 1987.
5.      LONGMAN III, Tremper. Como Ler Gênesis. Márcio Lourenço. São Paulo: Vida Nova, 2009.
6.      PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta – Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. Tradução: Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
7.      PIPA, Joseph. O Dia do Senhor. Tradução: Hope Gordon Silva. São Paulo: Os puritanos, 2000.
8.      VANGEMEREN,Willem A.(org.) Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento. Tradutor: Afonso Teixeira Filho e outros. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.1052.
9.      VOS, Geerhardus. Teologia Bíblica – Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Alberto Almeida de Paula. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.




* O autor é Ministro da Palavra pela Igreja presbiteriana do Brasil. Atualmente é pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Piripiri – PI. Formou-se em Teologia Reformada no Seminário Presbiteriano do Norte (SPN) em Recife- PE. Foi professor de línguas bíblicas (Grego e Hebraico) no Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil (SPFB) Recife – PE. É casado com Géssica Araújo Soares Nascimento de França e é pai de Lucas Luis Nascimento de França.
[1] VOS, Geerhardus. Teologia Bíblica – Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Alberto Almeida de Paula. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p.16.
[2] GRONINGEN, Gerard van. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. Tradução: Cláudio Wagner. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p.100.
[3] PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta – Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. Tradução: Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p.51.
[4] KILPP, Nelson. Dicionário Hebraico-Portugês e Aramaico-Português. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Editora Vozes, 1987, p.223.
[5] VANGEMEREN,Willem A.(org.) Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento. Tradutor: Afonso Teixeira Filho e outros. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.1052.
[6] KAISER JR., Walter C. O Plano da Promessa de Deus – Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Gordon Chown, A.G. Mendes. São Paulo: Vida Nova, 2011, p.39.
[7] PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta – Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. Tradução: Luis Aron. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p.53
[8] GRONINGEN, Gerard van. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. Tradução: Cláudio Wagner. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p.100.
[9] LONGMAN III, Tremper. Como Ler Gênesis. Márcio Lourenço. São Paulo: Vida Nova, 2009, p.132.
[10] GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação – O Reino, a Aliança e o Mediador. Tradução: Denise Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, volume 1, p.91.
[11] PIPA, Joseph. O Dia do Senhor. Tradução: Hope Gordon Silva. São Paulo: Os puritanos, 2000, p. 29.
[12] Cf. GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação – O Reino, a Aliança e o Mediador. Tradução: Denise Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, volume 1, p.92.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Batismo por Aspersão – Uma característica de nossa Identidade Presbiteriana.

Batismo por Aspersão – Uma característica de nossa Identidade Presbiteriana.
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
INTRODUÇÃO:
Estamos vivendo uma época de crise de identidade em nossa denominação, e por isso, precisamos resgatar a nossa identidade. A Igreja Presbiteriana precisa repensar e regressar as antigas verdades outrora defendidas com afinco na igreja.
O nosso tema de hoje é polêmico, isto porque a comunidade evangélica da atualidade é IMERSIONISTA, sendo assim, talvez alguns de vocês tenham assimilado essa prática e gerado um preconceito contra o batismo por aspersão – digo que isso é natural, mas é desprovido de fundamento. Sabe como a imersão tem sido assimilada? Pelo menos de duas formas básicas:
1) Pela associação com o Batismo Católico Romano – Ser aspersionista é ser católico romano; assim, dizem os crentes modernos.
2) João Batista batizou no Rio Jordão – Esse tem sido o argumento do imersionistas, pois, eles supõem que se João, o Batista, batizou em um rio esse batismo foi por imersão.
O nosso estudo visa mostrar que estas duas premissas estão erradas. O batismo por aspersão não é do catolicismo romano, mas é uma forma bíblica de Batismo; segundo, João, o Batista, jamais praticou a imersão.

A nossa Confissão de Fé declara [1] o seguinte: “Não é necessário imergir o batizando na água; mas o batismo é corretamente administrado ASPERGINDO água sobre o candidato” (Confissão de Fé de Westminster, Cap.23 e Séc.3). Essa é a nossa tese neste estudo.

Vejamos o que podemos aprender sobre este assunto:

I – O QUE É BATISMO?
O nosso Breve Catecismo diz que “o batismo é o sacramento no qual o lavar com água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, significa e sela a nossa União com Cristo, a participação das bênçãos do pacto da Graça, e nosso compromisso de pertencemos ao Senhor” (Breve Catecismo pergunta 94).
Nesta definição de Batismo oferecida por nosso símbolo de fé podemos destacar algumas coisas:
1.1 – O batismo é um Sacramento: O termo “Sacramento” significa algo que é Santo. Um sacramento, dentro da definição presbiteriana, é “um sinal visível de uma graça invisível” que tem sido destinada aos crentes em Cristo[2] , devemos levar em consideração este conceito presbiteriano, o batismo não é qualquer coisa, tem valor e muito valor.
1.2 – O batismo significa e sela a nossa união com Cristo: O batismo aponta para a realidade de que fomos alcançados por Cristo, Deus declara-nos que fomos salvos e que lhe pertencemos mediante este sacramento.
II – ANALISANDO O VOCÁBULO BATISMO
Os imersionistas dizem que o termo Batismo significa sempre “Imergir na água”. Dizem que os termos “Baptw”(Baptô) e “Baptizw”(Baptizô) sempre tem essa conotação. É verdade que no grego clássico estes termos significavam “imergir”, todavia, o grego Novo Testamento é o Grego conhecido como Koinê (Aquilo que é comum, aquilo que é do povo). E os termos nunca são empregados no Novo Testamento com esse sentido de imergir.
Vejamos:
1) Batizar nem sempre é imergir: Cristo não se Batizava antes de comer veja o que diz Lucas 11.38, o vocábulo grego empregado é “ebaptisqh”(Ebaptisthê).Outro fato interessante é o que Marcos diz em 7.4 “quando voltam da praça, não comem sem se aspergirem( baptiswntai - baptisôntai); e há outras cousas que receberam para observar, como a lavagem( baptismouV - Baptismus) de copos, jarros e vasos de metal e camas”.
Ora, se a palavra “Batismo” significa somente imergir, então, como explicar a imersão das camas de dormir – em qual tanque eles praticavam isso? No rio Jordão? Como? Levavam a cama na cabeça até o rio?
Como explicar Dn.4.25? Na versão grega do Antigo Testamento (Conhecida como Septuaginta) diz que “Nabucodonozor foi batizado no Orvalho do Céu”. Ele foi mergulhado no orvalho? Uma gota de chuva prova a imersão ou a aspersão?
2) Batizar não é sepultar: Os imersionistas advogam que o Batismo é símbolo da morte de Cristo. E apelam para Romanos 6.4ss , estes textos fala de nossa identificação com Cristo no Batismo dele que é caracterizado como a sua morte, e este batismo, sela nossa união com Ele. Associam que o descer a sepultura de Cristo, é figura do seu batismo, a pergunta é: Cristo foi sepultado como nós ocidentais somos? Ele foi baixado na cova, ou foi sepultado dentro de uma rocha, ou caverna? Então, o modelo de nosso sepultamento não serve para tal simbolismo do batismo de Cristo.

III – JOÃO, O BATISTA – UM IMERSIONISTA?
Os imersionistas agarram-se a João Batista dizendo que ele praticou a imersão. Será que João praticou a imersão no seu ministério?Alguns argumentam que ele batizou no Rio Jordão, ora se ele batizava em um rio, logo, ele batizava por imersão. Parece-nos uma conclusão lógica.Temos alguns problemas com essa argumentação:
1) Quem era João Batista? Todos nós sabemos que João era o primo de Cristo, e Filho de Isabel e Zacarias. Mas qual é era a função João? Jesus disse que João era Profeta. Por isso, Cristo disse que ele era o Elias prometido conforme profetizado por Malaquias 4.5, isto é fato descrito por Mateus 11.10-13. O que iria fazer o “Elias prometido”? Em Malaquias 3.1,3 diz que ele “purificará os filhos de Levi”, mas como era feita a purificação dos Filhos de Levi? Era por imersão ou aspersão? Veja o que diz Números 8.6-7. Então, João não poderia ser um imersionista.
2) João como profeta não poderia introduzir um novo rito de purificação: É público e notório que todos os ritos de purificação no V.T eram por aspersão, e todos os profetas praticaram a aspersão como rito de purificação, especialmente porque Moisés havia recebido a ordem de Deus para isso, logo, nenhum profeta poderia alterar o rito, como João, sendo um judeu levita, poderia introduzir tal rito estranho? Basta olharmos o primeiro capítulo do Evangelho de João 1.25 (evangelista) para vermos que isso era impossível.

IV – ALGUMAS PASSAGENS DA ESCRITURA E ASPERSÃO PROVADA
Neste momento queremos mostrar alguns textos das Escrituras onde a imersão não aparece, e torna-se evidente que a aspersão é o caso aplicado. Estes textos provam que a imersão nunca foi uma prática bíblica, e assim, a aspersão é bíblica – não pode existir duas verdades quando uma se opõe a outra, vejamos:
1) Paulo não foi imerso: Não há como negar que Paulo foi batizado em pé Atos 9.18; 22.16. A expressão no original grego anastas ebaptisqh(anastas ebaptisthê) o particípio grego “anastas” indica que houve uma ação simultânea entre o levantar e ser batizado. Não há porque supor que havia um tanque batismal na casa para isso, pois, tal não era a prática de judeus já apegados a aspersão.
2) As abluções são traduzidas por batismos: O autor do livro de Hebreus que as várias cerimônias de purificações no V.T são chamadas de “batismos” isso no capítulo 9.10 e as descreve nos versículos 19-22
3) Como explicar a imersão em I Corintios 10.1,2: É possível ser imerso na nuvem? Ou no Mar Vermelho? Os israelitas foram imersos no Mar Vermelho? Não foram os egípcios? Como podemos ser mergulhados em Moisés? Este texto só tem explicação se a aspersão foi admitida no termo “batismo” que é empregado aqui.

4) Atos 2.41 prova a imersão? A resposta é não. Porque os imersionistas não consideram algumas coisas.
4.1) não havia rio dentro da cidade de Jerusalém.
4.2) como mergulhar 3 mil pessoas em um dia, em um local sem águas para a imersão ser praticada..
Conclusão
Este estudo tem o caráter de ser uma introdução ao assunto, solicitamos que todos possam estudar este assunto com afinco, e assim, possamos resgatar a nossa identidade.
[1] A Igreja Presbiteriana do Brasil possui três símbolos de Fé: 1) A Confissão de Fé de Westminster; 2) O Breve Catecismo de Westminster; 3) O Catecismo Maior de Westminster.

[2] Veja-se a Confissão de Fé de Westminster, Capítulo 26, Seção 1.

domingo, 28 de junho de 2015

Exposição de Atos 2.42-47

AS CARACTERÍSITICAS QUE UMA IGREJA VIVE A COMUNHÃO DO SANTOS.
ATOS 2.42-47.
Pr. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução:
            Às vezes achamos que viver a comunhão dos é um momento de lazer, na praia, em um jogo de futebol; uma pizzaria ou em qualquer lugar que haja uma aglomerado de gente com o intuito de se descontrair.
Elucidação:
            O livro de Atos dos Apóstolos narra os trinta anos da igreja após a ascensão de Jesus Cristo. Este livro é o segundo volume de Lucas, o mesmo autor do evangelho; conforme lemos:
Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar  2 até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas. 3 A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus. 4 E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes[1].
 (Atos 1:1-4 ARA)
Propósito:
            Sabemos que o propósito da obra Lucas-Atos é a catequização de uma personagem, pois, isso é expresso logo no início do livro de Atos dos Apóstolos. É um relato coordenado sobre a vida e ministério de Jesus Cristo na igreja e por meio dela; é uma narrativa de como a igreja vivia e praticava o evangelho.
            Quais as características ou marcas apontam para uma igreja que de fato vive a comunhão dos santos? Busquemos as resposta a esta pergunta a partir da análise do texto que temos diante de nós:

I – A PERSEVERANÇA (vs.42)
“E perseveravam... ” .
            Na língua grega o verbo “perseverar” conforme aparece aqui no texto “προσκαρτεροῦντες ”(proskarterountes) tem o sentido de “vencer uma dificuldade, manter-se em firme estado”. É um verbo em um tempo que indica uma ação passada com resultados permanentes.
            Esta perseverança era de duas naturezas:
1) Era Lata: envolvia a oposição do mundo à igreja.
 2) Era Estrita: envolvia um compromisso com a doutrina e com a freqüência as reuniões da igreja (vs.42,46): E perseveravam na doutrina ...Diariamente perseveravam unânimes no templo
 3) A perseverança era na doutrina apostólica: ou seja, não havia lugar para falsos ensino na igreja que era perseverante diante de Deus.
II – TEMOR (vs. 43)
Em cada alma havia temor;...”
            A palavra grega usada aqui é “φόβος ” (fobos) que é temor – aponta para a reverência, era uma igreja tinha uma profunda reverência ao ser de Deus. E por que temer a Deus?
a)      Pelo direito de Criação – Deus é criador de tudo o que há, ele é senhor sobre nós.
b)      Falta de retidão: há na vida nossa muita falta de santidade, e na igreja na adoração estamos sempre diante de Deus; Isaías 6 ilustra para nós este principio do temor da igreja.
III – FRATERNINDADE (vs.44-45)
Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.
            Neste trecho temos duas atitudes que expressavam a fraternidade da igreja:
1)      Proximidade (vs.44):

 A igreja hoje quer viver a comunhão dos santos, mas nunca está junta, estão todos vivendo para os seus próprios umbigos. O relato de atos mostra que uma igreja que vive em comunhão vive em proximidade

2)      Solidariedade (vs.45):

 Era uma igreja que socorria os seus membros mais necessitados; era solidária ajudava, mostrava o evangelho não apenas de obras, mas de verdade.

IV – ALEGRIA E SIMPLICIDADE (vs. 46)

Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, (Act 2:46 ARA)

            Uma igreja que cresce e vive a comunhão é primeiramente alegre, pois, Cristo é o motivo principal de sua alegria; é uma igreja simples, sem ostentação; o coração da igreja que vive em comunhão é uma igreja sem orgulho.

V – É UMA IGREJA COM PODER ESPIRITUAL (vs. 43, 47)
Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.

            Sabemos que os sinais e prodígios conforme vemos aqui era uma característica ímpar da igreja apostólica primitiva, pois, é associado ao ministério apostólico; entretanto, aqui nós podemos inferir algumas coisas que caracterizam uma igreja com poder espiritual; e que vive a comunhão:

a)       A aplicação da palavra de Deus na vida. (em cada alma havia o temor)
b)      Havia uma vida de piedade (louvando a Deus)
c)      Respeitabilidade (contando com a simpatia de todo o povo)
d)      Há um crescimento  (Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. )
VI – É UMA IGREJA POSSUI OS ELEMENTOS QUE A CARACTERIZAM COMO UMA IGREJA EM COMUNHÃO: (vs. 42)

1)      Pregação: “perseveravam na doutrina dos apóstolos (Act 2:42 ARA)”
2)      Oração: “Perseveravam nas nas orações (Act 2:42 ARA)
3)      Louvor: “louvando a Deus”(vs.47)
4)      Ofertório: “perseveravam na comunhão (Act 2:42 ARA)”
5)      Sacramentos: “Perseveravam no partir do pão (Act 2:42 ARA)”




[1] Veja- se: Lucas 1.1-4.

domingo, 31 de maio de 2015

1ª Coríntios 1.26-31

Exposição Bíblica:
Pr. João Ricardo Ferreira de França.
Texto: 1ª Coríntios 1.26-31
26 Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento;
 27 pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;
 28 e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;
 29 a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
 30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,
 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
 (1Co 1:26-31 ARA)
Introdução:
            No último encontro com o apóstolo Paulo, vimos como os homens ignorantes procuram desprezar a Cruz como canal de obra redentora de Deus. O apóstolo nos apresentara que a cruz aponta para o juízo de Deus sobre aqueles que pelo orgulho desprezavam a mensagem da cruz; entretanto, este mesmo emblema traz redenção aos que se aproximam de Cristo para a salvação; pois, esta mensagem transmite a sabedoria divina e não faz acepção de pessoas.
            Entretanto, agora Paulo procura mostrar quão insignificantes são  aqueles que desprezam a mensagem poderosa da Cruz. Pois, a vocação dos eleitos e a relação deles com Cristo notifica a obra de redenção trazida pela pregação da cruz.
I – A DOUTRINA DA VOCAÇÃO CONSIDERADA (vs.26-27)
         26 Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; 27 pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;

O apóstolo Paulo agora leva em consideração o fato de que aqueles crentes estavam desprezando a Cruz de Cristo, o instrumento que Deus usara para chamá-los à comunhão com o Seu Filho. Pois, muitos se achavam dignos por terem um nobre nascimento, então, Paulo diz: “prestem atenção porque Deus expôs a sabedoria  e a nobreza de nascimento à humilhação”.
A doutrina da vocação chama o “tolo” e o “pobre” para abater a arrogância dos homens que acham que por possuírem uma boa reputação deverão ser salvos. Não, a graça de Deus não se deixa iludir pelos títulos, pelo sangue, pela cor da pele; ela simplesmente escolhe, predestina – em outras palavras, a graça resgata o pecador em Cristo Jesus.
Um alerta cabe aqui, não é que Paulo está ensinando a salvação apenas para os pobres e necessitados, mas ele assegura que “não foram muitos chamados nesta condição”; aprendemos aqui a doutrina da vocação chama tanto o rico quanto o pobre; quanto o sábio como o tolo – quanto a isso não há distinção. Deus chama seus eleitos e o faz de modo soberano sem olhar a posição social ou mesmo a conta bancária deles.
O objetivo de Deus, segundo o ensino de Paulo, é que Deus pretende humilhar o orgulho dos homens! Quebrar sua soberba  e mostrar que tudo, em termos de redenção, se deve unicamente ao seu chamado paternal.
II – QUEM SOMOS NÓS DIANTE  DA VOCAÇÃO? (vs.28):
e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;

            Quando entendemos que Deus nos escolheu tendemos a pensar mais do que devíamos de nós; achamos que somos melhores que as outras pessoas, isto porque fomos chamados, fomos eleitos por Deus; algumas coisas são importantes aqui:
2.1 – É Deus que escolhe: Não nos escolhemos a nós mesmo para a obra da redenção; não é uma questão de livre-arbítrio, antes de tudo, é uma escolha da vontade de Deus.
2.2 – Diante da vocação de Deus não somos nada: Deus nos escolhe não porque somos importantes, ou porque temos boa aparência, ou porque temos um coração bom. Diante da escolha de Deus o que há em nós? Nada! Somente pecado e depravação. Nós éramos nada antes de sermos chamados pela graça de Deus. E, com essa escolha Deus reduz a nada aqueles que acham que são alguma coisa diante dEle.
III – O PROPÓSITO DA VOCAÇÃO (vs. 29)
          29 a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. 
A terceira verdade importante que vemos aqui é o fato de que a vocação tem propósitos específicos; que leva a Igreja a glorificar mais a Deus a exaltar sua graça e sua obra redentora em favor dos pecadores, pois, estes pecadores são alvos deste chamado soberano e eficaz. Mas qual é o propósito da vocação?
3.1 – Provocar Humildade na vida cristã:
            Paulo assegura que alvo da obra vocacional de Deus na vida do eleito é para que ele não se ensoberbeça diante de Deus: ou seja, ela visa provocar na vida dos eleitos a humildade que é a característica do crente, ter um coração humilde é compreender o chamado eficaz.
            Nenhum homem ou mulher deve se arrogar de ter sido transformado em crente; de ter sido regenerado, pois, tudo isso deveria provocar em nós uma profunda humildade, pois é tolice nos orgulhamos de uma obra que não realizamos! É tolice dizer que somos crentes porque fizemos o melhor! Antes devemos humildemente reconhecer a nossa incapacidade de operar a nossa redenção.
3.1 – Provocar em nós o desejo de glorificara a Deus:
            Uma vez que a vocação nos ensina que nos temos como nos vangloriar na presença de Deus; o sentido ao inverso é que devemos viver uma vida que glorifica a Deus como vocacionados que somos! Deus nos chamou para a sua glória, então, em vez de sermos pessoas orgulhosas, devemos glorificar aquele que nos transformou a vida! Devemos glorificar a Deus!
IV -  SOMOS PROPRIEDADES DO SENHOR NA VOCAÇÃO. (vs.30-31)
30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
                Uma vez que  eles pertencem a Deus, por intermédio de Cristo Jesus,  não existe espaço para soberbas, não há espaço para o orgulho. Pois, é em Cristo que toda a sabedoria de Deus está revelada; não devemos buscar a sabedoria em outro lugar, apenas na pessoa de nosso bendito redentor Jesus Cristo.
            Ao dizer que Cristo é nossa sabedoria, Paulo quer nos dizer que nEle no Senhor Jesus temos toda sabedoria que carecemos e precisamos; ao dizer , ao dizer que Cristo é nossa justiça, o apóstolo está nos assegurando que temos livre acesso ao Pai; porque os nossos pecados foram expiados por Cristo no calvário.
            A terceira verdade  bíblica que apóstolo ensina é que Cristo “é nossa santificação”; ao declarar, isso ele pretende aclarar as nossas mentes que em nós há somente pecados somos poluídos em nossa natureza pecaminosa; mas, pela graça de Deus, em Cristo,  nascemos de novo  pela ação do Espírito Santo de Deus. E isto para uma vida de Santidade em Cristo Jesus.
            E, por último, aqui Paulo nos ensina que Cristo nos foi dado para a nossa redenção; uma redenção passada, presente e futura. Sim, Cristo é o nosso tudo, fomos redimidos, salvos, e libertados em Cristo Jesus.
            No verso 31 somos inseridos no propósito pelo qual Deus nos deu tudo em Cristo: para que não achemos que tudo o que somos hoje deve-se ao  nosso mérito pessoal.
            Nós não temos nada por causa de nosso esforço, mas simplesmente por causa da vontade de Deus. Não temos uma casa porque o governo nos deu; não temos um emprego porque um amigo nos conseguiu, não, pelo contrário temos tudo isso por causa da bondosa vontade de Deus.
            E assim, em vez de nos gloriarmos em nós mesmos e nos nossos esforços venhamos a nos gloriar em Deus somente! Amém!